Parlamento canadiano aprova extensão de poderes de emergência
O Parlamento do Canadá aprovou uma extensão dos poderes de emergência para reprimir os protestos contra as restrições de combate à pandemia de covid-19 que paralisaram a capital e bloquearam fronteiras.
© David Kawai/Bloomberg via Getty Images
Mundo Canadá
A extensão da lei de medidas de emergência, invocada a 14 de fevereiro pelo primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, foi aprovada, na segunda-feira à noite, por 185 votos a favor e 151 contra, na Câmara dos Comuns.
Trudeau tem sido fortemente criticado pela oposição por invocar uma lei raramente utilizada em tempo de paz.
O primeiro-ministro canadiano disse anteriormente que os poderes de emergência ainda eram necessário, apesar da polícia ter conseguido recuperar a quase totalidade do controlo da cidade de Otava.
A capital esteve paralisada durante 24 dias por camionistas que se opunham à política de saúde do governo do país, relacionada com o combate à covid-19.
Otava era o último reduto do movimento contra as restrições impostas devido à pandemia, autodenominado 'Freedom Convoy' [comboio da liberdade, em tradução livre], após três semanas de manifestações e bloqueios que encerraram as fronteiras entre o Canadá e os Estados Unidos, causando danos económicos a ambos os países.
O ministro da Segurança Pública e Prevenção de Emergências canadiano, Bill Blair, disse que houve uma nova tentativa de bloquear uma passagem de fronteira na Colúmbia Britânica no fim de semana.
O movimento histórico de protesto no Canadá, iniciado em finais de janeiro, poderá vir a ter um efeito duradouro nos debates políticos do país.
O movimento de protesto canadiano inspirou outros além-fronteiras, nomeadamente em França e na Nova Zelândia.
A polícia de Washington preparava-se hoje para a eventual chegada de um comboio de camionistas, coincidindo com o tradicional discurso do Presidente norte-americano no Congresso dos Estados Unidos, em 01 de março, podendo vir a ser instalada uma vedação em torno do Capitólio.
Otava ainda não calculou o impacto económico resultante da crise, durante a qual vários postos fronteiriços importantes entre os Estados Unidos e o Canadá foram paralisados, forçando muitas fábricas a suspender a produção.
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