O primeiro-ministro austríaco, o conservador Karl Nehammer, convocou para hoje uma sessão do gabinete de crise criado para avaliar a situação na Ucrânia, país com o qual a Áustria mantém importantes ligações comerciais.
Num comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Alexander Schallenberg, classificou a ação de Moscovo de "flagrante violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia", pedindo ao Kremlin que reverta a decisão e regresse à mesa de negociações.
"Toda a nossa solidariedade é endereçada à Ucrânia", disse o chefe da diplomacia austríaca na nota.
"Vamos agora coordenar rapidamente com os nossos parceiros europeus e internacionais para dar uma resposta unida e inequívoca", disse Schallenberg.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu na segunda-feira a independência dos territórios separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, com os quais assinou tratados de amizade e assistência mútua e determinou o envio do Exército russo para "manutenção da paz" nesta região.
A Rússia é considerada a instigadora do conflito no leste do território ucraniano e a patrocinadora dos separatistas, tendo a guerra eclodido há oito anos, na sequência da anexação russa da península ucraniana da Crimeia, após a chegada ao poder de pró-ocidentais em Kiev, no início de 2014.
Por seu lado, Moscovo acusa as autoridades ucranianas de minar os acordos de paz de Minsk sobre o conflito que opõe a Ucrânia aos separatistas pró-russos, datados de 2015.
Os russos negam ter qualquer projeto de invasão da Ucrânia, mas não apresentam razões para o destacamento de dezenas de milhares de soldados, apoiados por tanques e lança-mísseis, ao longo da fronteira ucraniana e também em território da Bielorrússia junto à fronteira desse país com a Ucrânia.
O Kremlin exige o fim da política de alargamento da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) a leste, incluindo a não-aceitação de uma adesão da Ucrânia, e a retirada das forças norte-americanas estacionadas na Europa de leste para as fronteiras de 1997, exigências rejeitadas pelo Ocidente.
Os aliados da Aliança Atlântica, ameaçam, em contrapartida, Moscovo com sanções devastadoras em caso de ofensiva contra a Ucrânia, o que o Kremlin desvaloriza.
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