Numa breve intervenção feita esta terça-feira de manhã aos jornalistas, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que não vai prosseguir com a certificação do Nord Stream 2 (um gasoduto entre a Rússia e a Alemanha que transportaria gás natural através do Mar Báltico - e que seria inaugurado este ano).
Esta sanção imposta à Rússia pela Alemanha tem sido uma questão muito debatida, tendo em conta que a Alemanha depende muito do gás russo e será prejudicada diretamente pela decisão.
Cerca de um terço do fornecimento de energia da Alemanha é gás, e cerca de metade deste é da Rússia. Porém, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas, Scholz admitiu que as últimas ações da Rússia foram longe de mais e que o gasoduto não vai ser certificado pelo estado alemão.
Citado pela CNN, o governante disse: “No que diz respeito aos desenvolvimentos mais recentes, precisamos reavaliar a situação em relação ao Nord Stream 2" e por isso vai ser necessário "interromper a certificação do gasoduto”.
Em declarações no site da SkyNews, o governante admite que a Alemanha "começou há muito tempo a reduzir a dependência do gás". A decisão da Rússia em reconhecer áreas da Ucrânia controladas por separatistas como independentes é uma "grave violação do direito internacional", acrescentou.
Disse ainda que a comunidade internacional deve responder à ação "injustificada" da Rússia e por isso não vai certificar o gasoduto que deveria ser inaugurado este ano.
O jornal The Guardian salienta que Olaf Scholz referiu: "Sem essa certificação, o Nord Stream 2 não pode ser colocado em funcionamento", disse, durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, acrescentando que o assunto vai ser "reexaminado" pelo governo alemão.
Por outro lado, Scholz apelou aos esforços diplomáticos entre os "ocidentais" e a Rússia para que seja evitada "uma catástrofe", referindo-se ao reconhecimento da Rússia da independência das autoproclamadas repúblicas populares (separatistas) do leste da Ucrânia.
"São importantes as primeiras sanções para evitar um novo agravamento e uma catástrofe", disse o chanceler alemão.
"O objetivo de todos são os esforços diplomáticos", acrescentou Scholz, sublinhando que "oitenta anos depois do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) uma guerra ameaça a Europa de Leste".
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