Numa declaração institucional após a reunião do Conselho de Segurança Nacional presidido pelo Rei no Palácio da Zarzuela, Sánchez garantiu que Espanha defenderá a legalidade internacional e exigiu ao Presidente russo, Vladimir Putin, o cessar das hostilidades.
O chefe do Executivo classificou como "inaceitáveis", "injustas" e "muito graves" as ações militares da Rússia, "uma potência nuclear" -- disse - que "violou a lei internacional, iniciou a invasão de um país vizinho e ameaçou, com represálias, qualquer nação que socorra o país agredido".
Na sua opinião, além de ser uma violação flagrante do direito internacional e da soberania internacional e integridade territorial da Ucrânia, é "um ataque frontal aos princípios e valores, acima de todos da paz, que proporcionaram à Europa anos de estabilidade e prosperidade".
Sanchez sublinhou que esta crise afeta equilíbrios que vão muito além dos países envolvidos diretamente e terá consequências de grande alcance.
O chefe do Governo destacou que Espanha e a União Europeia partilham valores que sobreviverão a esta crise, como a paz, o respeito e a legalidade internacional, a solidariedade e a cooperação humanitária.
"Espanha defenderá a legalidade internacional. Espanha irá esforçar-se pelo restabelecimento da paz. Espanha mostrar-se-á solidária com as populações afetadas por este conflito", assegurou, antes de afirmar que há que tentar travar o quanto antes esta agressão.
A isto se dirige um primeiro pacote de sanções aprovado pela UE porque o Governo de Vladimir Putin deve saber que as suas ações "não podem ficar, não devem ficar, impunes", sustentou.
Após recordar a reunião que manterão hoje em Bruxelas os líderes europeus para acordar essas sanções, garantiu a solidariedade com o povo ucraniano com ajuda financeira, investimentos e material sanitário.
O presidente do Governo explicou que informou o líder da oposição, Pablo Casado, da situação e que comparecerá no Congresso na quarta-feira para dar conta das decisões europeias sobre este conflito.
Sanchez recordou que há cerca de 320 espanhóis na Ucrânia e assegurou que o Governo prestará a ajuda necessária a todos e proporcionará a informação disponível sobre as possibilidades de abandonar o país "quando a situação o permitir".
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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