Segundo o decreto assinado por Zelensky e publicado no 'site' da presidência ucraniana, a medida abrange todas as pessoas sujeitas a "recrutamento militar e reservistas" e será aplicada dentro de 90 dias em todas as regiões da Ucrânia.
As administrações locais, com o apoio de empresas e instituições de "todo o tipo" terão de garantir a chegada das pessoas mobilizadas e das viaturas requisitadas aos pontos de reunião e às bases militares, segundo o decreto.
No final do primeiro dia da invasão russa à Ucrânia, Volodymyr Zelensky relatou a morte de 137 ucranianos e 316 feridos.
"Hoje [quinta-feira] a Rússia atacou todo o território da Ucrânia. E hoje os nossos defensores fizeram muito. O inimigo ataca não só instalações militares, como afirmam, mas também civis. Matam pessoas e transformam cidades pacíficas em alvos militares. Isso é vil e nunca será perdoado", sublinhou.
Num discurso à nação, Zelensky assegurou que quer ele, quer a sua família, continuam em Kiev.
"Segundo as nossas informações, eu sou o alvo número um do inimigo. A minha família o segundo [alvo]. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente, destruindo o chefe de Estado", vincou.
Também na quinta-feira o Presidente da Ucrânia já havia imposto a lei marcial em todo o país após o início da operação militar da Rússia.
"Nós impomos a lei marcial em todo o território do nosso Estado", revelou, através do Telegram.
Zelensky também anunciou o rompimento das relações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia após a agressão militar contra o território ucraniano ordenada pelo chefe do Kremlin, Vladimir Putin.
"Esta manhã entrou para a história, mas essa história é absolutamente diferente para nosso país e para a Rússia. Cortámos relações diplomáticas com a Rússia", declarou Zelensky.
A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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