Residentes no Grande Porto querem recolher bens para enviar a familiares

Mais de três dezenas de cidadãos ucranianos residentes em Portugal reuniram-se hoje no Seminário Cristo Rei, em Vila Nova de Gaia, para orar pelo seu país e pretendem nos próximos dias recolher bens essenciais para enviar para os familiares.

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Lusa
24/02/2022 23:03 ‧ 24/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Foi por volta das 05:00 da manhã que Ivan Muztyshak, residente há mais de 30 anos em Portugal, soube do que estava a acontecer na Ucrânia, onde estão os pais, com mais de 70 anos, e vários primos.

"Já falei com eles, para já estão bem, estão otimistas e decidiram ficar mais dois ou três dias. Estão otimistas que o mundo vai ajudar, a Europa, a NATO e Deus", disse Ivan.

E, foi precisamente para pedir ajuda a Deus, que mais de três dezenas de cidadãos ucranianos residentes em Portugal oraram hoje, visivelmente emocionados, na igreja greco-católica ucraniana em Vila Nova de Gaia.

Entre os que enxugavam as lágrimas, havia quem, às palavras do padre Luka, se entrelaçasse na bandeira ucraniana.

Por desconhecerem o que espera hoje, amanhã e nos próximos dias ao seu país e aos seus familiares, depois da oração, o grupo reuniu-se com o propósito de "ajudar os que lá estão".

O objetivo é nos próximos dias recolher bens essenciais, como medicamentos, roupa e alimentos, naquele seminário em Gaia, onde, atualmente, vivem cerca de quatro padres.

"Não sabemos o que vai acontecer hoje à noite ou amanhã de manhã. Hoje a Ucrânia amanheceu com bombardeamentos", afirmou Ivan.

"Pânico" e "Medo". Foi com estas palavras que Sofiya Markelov, de 27 anos, descreveu o que viu quando acordou esta manhã e o que, do outro lado do telefone, ouviu dos familiares que ainda estão na Ucrânia.

"Hoje é um dia muito complicado. De facto a guerra existe há oito anos, mas sempre achamos que eles [Rússia] não iriam fazer isto, que não iam atacar, nem matar pessoas", lamentou.

Além da recolha de bens essenciais, o objetivo do grupo é que as suas e outras famílias possam ficar alojadas naquele seminário, uma vez que o espaço tem capacidade para acolher entre 70 e 80 pessoas.

"Este espaço tem imensos quartos vazios", notou Sofiya.

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

Leia Também: Cidadãos ucranianos rezam em Évora pelo fim da invasão e da guerra

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