Enquanto o presidente Vladimir Putin iniciava um sangrento conflito em solo europeu, por diversas cidades russas os cidadãos manifestavam-se contra as últimas decisões do seu governo.
Depois do início do conflito, o Ministério do Interior russo informou que os protestos contra a guerra na Ucrânia seriam considerados ilegais e que a polícia "tomaria todas as medidas necessárias para assegurar a ordem pública".
Sobre este tema, porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o apoio popular à invasão da Ucrânia seria idêntico ao "elevado nível de apoio" dos russos ao reconhecimento da independência dos territórios ucranianos separatistas de Donetsk e Lugansk.
Citado pela agência espanhola Europa Press, disse saber "que uma sólida maioria da população apoiou a decisão do Presidente de reconhecer as duas repúblicas". E nesse sentido julgam "que o nível de apoio [para as operações na Ucrânia] não será mais baixo".
No entanto, nas ruas das principais cidades, várias pessoas concentraram-se em protestos ilegais que, na sua maioria, foram reprimidos, esta quinta-feira. Na galeria pode ver-se um protesto organizado com milhares de pessoas em São Petersburgo, uma das maiores cidades russas.
Porém, esta não foi a única cidade onde aconteceram protestos. Na capital, foram partilhados vídeos nas redes sociais onde se observam milhares de pessoas a protestar na Praça Pushkin, perto da Praça Vermelha e das instituições do Kremlin.
Pushkin Square, maybe less than 1000 meters from Red Square and the Kremlin, is the cite of a significant protest. These people know the risks of challenging the regime. They’re on the street in-spite of major personal costs. pic.twitter.com/bYEfbO91xG
— Alexander S. Vindman (@AVindman) February 24, 2022
Noutra zona da cidade podemos também ouvir gritos de protestos que pedem "Não à guerra!"
People marching through central Moscow this evening chanting “No to War!” pic.twitter.com/BTQ3ZOGTan
— Matthew Luxmoore (@mjluxmoore) February 24, 2022
Recorde-se que a Rússia lançou, na madrugada de ontem, uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou vários mortos e feridos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU. O conflito continua durante o dia de hoje.
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