Mais de 1.800 manifestantes detidos na Rússia por protestos contra guerra

Mais de 1.800 manifestantes contra a guerra na Ucrânia foram detidos na Rússia, declarou hoje o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que pediu a libertação das pessoas ainda detidas.

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Lusa
25/02/2022 12:32 ‧ 25/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Nós estamos preocupados com as múltiplas detenções arbitrárias de manifestantes na Rússia que, na quinta-feira, estavam a protestar", disse a porta-voz do OHCHR (siga em inglês), Ravina Shamdasani, numa conferência de imprensa em Genebra.

"Nós sabemos que mais de 1.800 manifestantes foram detidos. Não ficou claro se algum deles já foi libertado", acrescentou.

A porta-voz sublinhou que "a detenção de pessoas que exercem o seu direito à liberdade de expressão ou de reunião pacífica constitui uma privação arbitrária de liberdade".

"Nós apelamos às autoridades que garantam a libertação imediata de todos os detidos arbitrariamente por exercerem esses direitos", disse Ravina Shamdasani.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse na quinta-feira que a invasão russa da Ucrânia foi "claramente uma violação da lei internacional, colocando inúmeras vidas civis em risco".

"Esta invasão deve ser imediatamente interrompida", declarou Michelle Bachelet num comunicado.

O OHCHR tem, por enquanto, funcionários na Ucrânia que continuam a monitorar a situação dos direitos humanos.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Leia Também: Ucrânia. Portugueses devem preparar-se para "algum sacrifício" económico

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