"A NATO deveria ter tomado medidas mais decisivas. A Europa tem falta de determinação na sua abordagem. Tudo o que fazem é dar conselhos e avisos à Ucrânia", insistiu o chefe de Estado turco perante a imprensa.
O Presidente turco considerou estar em curso "um golpe duro para a paz" e avisou o homólogo russo, Vladimir Putin, de que a Turquia "não reconhecerá qualquer medida que afete a integridade da Ucrânia".
Erdogan informou Putin da posição da Turquia durante uma conversa telefónica.
O chefe de Estado turco disse também a Putin que um conflito militar "não trará nada a ninguém", sem precisar quanto tempo durou a conversação o homólogo russo.
Erdogan pediu uma solução encontrada com base nos Acordos de Minsk de 2014 e 2015.
Os Acordos de Minsk, assinados por Kiev e os separatistas sob a égide de Paris, Berlim e Moscovo, permitiram reduzir a intensidade do conflito, que fez mais de 14.000 mortes, segundo o último balanço da ONU.
O Presidente turco reafirmou o seu compromisso "com a continuação dos contactos e conversações diplomáticas" e assegurou que a Turquia está "pronta para assumir a sua parte para reduzir a tensão".
Erdogan havia já considerado "inaceitável" na terça-feira o reconhecimento por Moscovo (na segunda-feira) das repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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