Gritando "Abaixo Putin" ou "Não à guerra" os manifestantes carregavam faixas e bandeiras e pediram o fim dos ataques russos ao território ucraniano, instando a comunidade internacional a adotar medidas mais contundentes perante o conflito armado no leste europeu.
Levegeniia Zubenko, ucraniana de 33 anos que mora no Brasil há dois anos, disse à agência Efe que toda a sua família e amigos estão em Kiev e não sabem o que esperar amanhã.
"Estou em contacto com a minha família o tempo todo e todos estão muito assustados e desesperados. Ninguém esperava isso, mas não há como voltar atrás, nem há maneiras de escapar ou deixar o país", afirmou.
"Espero que o mundo reaja de alguma forma e ajude a Ucrânia a não se tornar a Rússia, porque não somos a Rússia", acrescentou a ucraniana.
Além do protesto na Avenida Paulista, um pequeno grupo de imigrantes e descendentes de ucranianos que moram em São Paulo já havia organizado na tarde de quinta-feira outro ato contra a invasão russa à Ucrânia em frente ao consulado da Rússia.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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