O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, afirmou em conferência de imprensa que o valor exato do recurso ainda está a ser decidido, mas será "bem ao norte de mil milhões de dólares".
A ONU anunciou na quinta-feira que alocaria imediatamente 20 milhões de dólares (17,7 milhões de euros) para expandir as suas operações humanitárias na Ucrânia.
Mesmo antes do ataque da Rússia esta semana, o órgão mundial estimava que cerca de três milhões de pessoas precisavam de ajuda após anos de combates entre separatistas apoiados pela Rússia e o Governo ucraniano no leste do país.
Agora, "a escala de necessidade nestas circunstâncias, que são muito, muito extraordinárias, será das mais altas", avaliou Griffiths.
A ONU lança vários apelos a cada ano para doadores internacionais, principalmente Governos, para financiar esforços humanitários em pontos problemáticos ao redor do mundo. No mês passado, solicitou mais de cinco mil milhões de dólares (4,44 mil milhões de euros) para o Afeganistão, o maior apelo já vinculado a um único país.
Após meses de tensões, a Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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