"Mantemo-nos ao lado da Moldávia e da Geórgia para defender a sua soberania e a sua segurança", disse Emmanuel Macron num encontro com as Presidentes da Geórgia e da Moldávia, Salomé Zurabishvili e Maia Sandu, respetivamente, precisando que convidou esta última a deslocar-se a Paris "no início da próxima semana".
O chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, considerou, na sexta-feira, ser possível que a ofensiva russa em curso na Ucrânia se possa estender à Moldávia e à Geórgia, antigas repúblicas soviéticas que possuem territórios separatistas pró-russos.
A Transnístria, na Moldávia, possui uma base militar próxima da cidade ucraniana de Odessa.
"Queremos estar ao lado dos que hoje receiam pela sua segurança", afirma a nota do gabinete de Macron, que cita ainda os países dos Balcãs e o Cazaquistão, acrescentando que "existirão outros contactos com os países nos arredores da Rússia nas próximas horas e nos próximos dias".
Macron convocou o Conselho de Defesa para análise dos últimos desenvolvimentos sobre a crise ucraniana, nomeadamente, sobre o apoio à Ucrânia, as sanções à Rússia e "iniciativas diversas no plano internacional, proteção da comunidade francesa e apoio aos ucranianos que se dirigem para as fronteiras do seu país", afirma a nota.
As prioridades de Paris continuam a ser a resistência ucraniana à invasão russa e a obtenção de um cessar-fogo, através de um pacote de medidas para tornar o custo da guerra muito alto para o Presidente russo, Vladimir Putin, nomeadamente, com sanções crescentes e o fornecimento de material militar defensivo à Ucrânia, acrescenta.
A Presidência francesa congratula-se com o isolamento da Rússia, sexta-feira, na ONU, onde foi a única a opor-se a uma resolução que reclamava a sua retirada da Ucrânia, numa votação que contou com a abstenção da China.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
Putin disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e vários países já aprovaram sanções contra a Rússia.
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