"Daremos as boas vindas a quem necessitar. Vemos o medo crescer na sociedade ucraniana. Estamos preparados para dezenas de milhares, centenas de milhares, milhões de pessoas que chegarão", disse Morawicki numa entrevista ao diário francês Ouest-France.
O líder polaco disse que o país tem vindo a preparar-se "há semanas" para uma crise migratória, uma vez que a sua análise da situação previa uma estratégia para "enfraquecer a parte norte" da fronteira da Polónia com a Bielorrússia.
"Este ataque na nossa fronteira não resultou, mas atacar com migrantes é diferente de atacar com tanques e mísseis. Agora os ucranianos encontram-se numa situação muito difícil. Mais de 100.000 pessoas atravessaram a nossa fronteira desde que a invasão começou", explicou o Presidente polaco.
Tendo em conta o êxodo de pessoas da Ucrânia devido ao conflito armado, a Polónia preparou centros de receção para os milhares de ucranianos que se espera que cheguem ao país.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
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