Mais de 400 mercenários do grupo Wagner, uma milícia armada privada de origem russa, estão em Kiev com ordens diretas pelo regime russo para matar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e governantes da Ucrânia.
A notícia é avançada esta segunda-feira pelo jornal britânico The Times, que aponta que os mercenários terão viajado a partir de África, com a promessa de um bónus financeiro considerável.
O grupo Wagner tem ganho notoriedade nos últimos anos, especialmente pelas suas ações militares em África. A milícia é responsável por proteger empresas petrolíferas e interesses russos em Cabo Delgado (Moçambique), no Mali, na Zâmbia, na República Centro Africana, entre outros países, entrando muitas vezes em confronto com extremistas islâmicos e forças locais.
Recentemente, o governo provisório do Mali rejeitou as forças europeias lideradas pela França e pela Dinamarca para apoiar o país a lutar contra os jihadistas locais, preferindo os serviços dos mercenários do grupo Wagner.
Moscovo continua a negar qualquer relação formal com a milícia, apesar da afinidade entre Putin e o oligarca proprietário do grupo, Yevgeny Prigozhin. Os serviços oficiais fornecidos pelo grupo Wagner são de manutenção e formação militar.
A notícia surge ainda numa altura em que as autoridades ucranianas e russas vão reunir na fronteira com a Bielorrússia para tentar negociar um acordo de paz.
Segundo o The Times, os mercenários viajaram para Kiev no sábado e o governo ucraniano reagiu imediatamente, impondo um recolher obrigatório mais rigoroso para prevenir a cidade contra sabotadores do Kremlin.
A invasão russa na Ucrânia entra esta segunda-feira no quinto dia, tendo morrido até ao momento mais de 350 civis ucranianos.
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