Autoridades acusadas de discriminação racial nas fronteiras da Ucrânia
Nas redes sociais, são muitos os relatos de afrodescendentes impedidos de fugir do país.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Enquanto países pelo mundo inteiro mostram-se abertos para acolher refugiados ucranianos que fogem da guerra, nas fronteiras a história tem sido diferente para refugiados não-brancos - ucranianos ou estrangeiros.
Nas redes sociais, chegam vários relatos de emigrantes negros e afrodescendentes - estudantes ou trabalhadores - a serem, alegadamente, impedidos de atravessar a fronteira ou embarcar em comboios com destino à Roménia e à Polónia, apenas devido à sua cor de pele.
Em Kiev, muitos acusam as autoridades de negar a entrada em abrigos a pessoas negras e asiáticas.
A Ucrânia é um país que acolhe milhares de estudantes de países africanos, dados os baixos custos educativos - nomeadamente em cursos na área da saúde.
This is Poland’s border and the Police and Army are threatening to shoot Africans, who fled Ukraine and are trying to cross to Poland
— African Hub (@TheAfrican_Hub) February 27, 2022
Several Africans have been stuck there under the scorching cold weather for 2 days. Many had to return to Lviv, Ukraine pic.twitter.com/AXhC89OBEd
Black Africans are being treated with racism and contempt in Ukraine & Poland. West cannot ask African nations to stand in solidarity with them if they cannot display basic respect for us even in a time of war. Ignored in a pandemic and left to die in war?!! UNACCEPTABLE.
— Dr. Ayoade Alakija (@yodifiji) February 25, 2022
À RTP, citada pela BANTUMEN, uma revista digital que aborda a “atualidade da cultura negra da lusofonia”, uma mãe de um estudante português explicou que o filho está há três dias no posto fronteiriço de Medyka-Shehyni, na fronteira com a Polónia, e apesar de ter nacionalidade portuguesa (e não ser obrigado a ficar para lutar), as forças ucranianas não o deixam sair.
Já na Al Jazeera, um grupo de estudantes nigerianos queixa-se da falta de apoio por parte do governo ucraniano. "Não recebemos qualquer apoio pelas autoridades governamentais A escola apenas nos deu um abrigo quando começaram as sirenes", disse um estudante.
E ao jornal britânico The Independent, outro estudante da Nigéria, explica também que "isto não acontece apenas a pessoas negras - também está a acontecer a indianos, a árabes, e não devia ser assim".
Over 100 Africans trying to flee left stranded, after being refused entry into Poland's border.
— Africa Facts Zone (@AfricaFactsZone) February 27, 2022
An African lady in the video is holding a 2 month old under very cold weather. pic.twitter.com/iwz3BLcZtk
Do lado das autoridades ucranianas, polacas e romenas, não houve até agora nenhuma resposta sobre a alegada discriminação de refugiados nos postos fronteiriços.
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