Reino Unido anuncia novas sanções e condena bombardeamentos "bárbaros"

O Reino Unido vai aprovar novos poderes para impedir que bancos russos efetuem pagamentos em libras e congelar bens de três novas instituições, ao mesmo tempo que condenou os bombardeamentos "bárbaros" na Ucrânia. 

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Lusa
28/02/2022 17:49 ‧ 28/02/2022 por Lusa

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Ucrânia

Numa declaração no Parlamento, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, anunciou que os bancos Sovcombank, Otkritie FC Bank e VEB.RF serão abrangidas pelas sanções britânicas e que está a trabalhar num congelamento total de ativos de todos os bancos russos. 

As restrições aos pagamentos, vincou, "vão prejudicar a capacidade da Rússia para negociar com o resto do mundo" pois mais de 50% do comércio russo é feito em dólares ou libras esterlinas.

O Governo, explicou, está a tentar "isolar todas as empresas russas do acesso aos mercados de capitais do Reino Unido" e "impedir que o Estado russo financie dívida soberana aqui". 

Truss vincou também que as autoridades britânicas estão a identificar casas, iates e jatos privados de oligarcas russos no Reino Unido para serem apreendidos no âmbito da nova legislação de crime económico a ser apresentada no Parlamento.  

"Tudo isto destina-se a acabar com o dinheiro sujo dos oligarcas no Reino Unido e continuaremos a trabalhar com os nossos aliados do G7 para cortar a economia russa e cortar a dependência do mundo livre do petróleo e gás russos, privando [o presidente russo, Vladimir] Putin da sua principal fonte de receitas", rematou. 

Truss falava após um novo contacto por telefone entre o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esta tarde, no qual o chefe de Governo britânico "comprometeu-se a enviar [apoio militar] mais nas próximas horas e dias", ao mesmo tempo que condenou "categoricamente os ataques aéreos bárbaros realizados pela Rússia contra civis inocentes, incluindo crianças".

Também no Parlamento, a ministra do Interior, Priti Patel, anunciou hoje a disponibilidade para acolher 100.000 refugiados ucranianos, para além de oferecer vistos de 12 meses a familiares de residentes ucranianos. 

Patel revelou também que o Reino Unido quer expulsar a Rússia da Interpol. 

Entretanto, o ministro dos Transportes, Grant Shapps, ordenou aos portos britânicos para não "forneçam acesso a nenhum navio com bandeira russa, registado, com propriedade, controlado, fretado ou operado" por entidades russas

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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