"Devemos mostrar que não apoiamos esta guerra sangrenta. Apelamos à desobediência civil de todos os russos", disseram os opositores Iván Zhdanov e Leonid Vólkov, atualmente no exílio, num vídeo publicado na conta de Navalny na rede social Telegram.
"Putin declarou guerra à Ucrânia. Além disso, ameaça o mundo inteiro com armas nucleares e tenta fazer todos acreditarem que foi a Rússia que atacou a Ucrânia - ou seja, nós. Mas não é o caso", afirmaram os opositores.
Zhdanov e Volkov pediram aos militares que "não cumpram ordens criminosas".
"Se tu trabalhas para o Estado e podes recusar, recusa. Se tens conhecidos que acreditam na propaganda, conversa com eles e convence-os. Se estás pronto para te exprimires nas redes sociais, expressa-te, protesta, sai", apelaram.
O Presidente russo qualifica a invasão da Ucrânia de "operação militar especial" e a imprensa controlada pelo Kremlin replica esta expressão, bem como os argumentos de Putin.
Enquanto isso, na Rússia, os protestos contra a guerra na Ucrânia continuam e acumulam-se casos de abuso policial.
De acordo com o portal OVD-info, uma organização especializada em monitorizar prisões e defender detidos, a polícia russa fez um total de 6.416 prisões desde 24 de fevereiro.
Nesta segunda-feira, a polícia prendeu pelo menos 387 manifestantes em 13 cidades russas, a maioria (202) em Moscovo, enquanto em São Petersburgo 164 pessoas foram presas.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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