O ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu, disse que o Governo tinha várias possibilidades para garantir o fornecimento de combustível à Empresa de Água e Eletricidade (Emae), enquanto se manteve interditado o acesso de camiões-cisterna ao reservatório no norte da ilha devido ao risco de desabamento de uma ponte na localidade de Ribeira Funda.
As hipóteses indicadas pelo governante, mas que não chegaram a ser utilizadas, passavam pela operação de transbordo entre camiões nas margens da ponte de Ribeira Funda, transporte de combustível por via marítima ou ainda a recuperação do combustível que tinha sido enviado para o abastecimento da ilha do Príncipe, mas que ainda não tinha sido desalfandegado.
O Governo decidiu orientar uma empresa de construção civil para construir uma via provisória em alternativa à ponte de Ribeira Funda, que acabou por desabar.
"Essa via alternativa, na foz do rio da Ribeira Funda, neste momento já está operacional, ou seja, a partir deste momento o acesso ao norte para os transportes pesados já está sem limitação [...] já podemos fazer passar os camiões de grande tonelagem com o combustível", garantiu Osvaldo Abreu durante a tarde de hoje, em declarações à Rádio Nacional do país.
O ministro assegurou a colaboração e disponibilidade da Empresa Nacional de Combustível e Óleo (ENCO) "para fazer prolongar o seu funcionamento ao longo do dia" até altas horas da noite "para permitir que assim, não só a Emae, como todas as estações de combustível possam ser reabastecidas rapidamente e minimizar os transtornos" provocado pela falta de eletricidade nas últimas 24 horas.
Entretanto, Osvaldo Vaz revelou que há uma "preocupação que vem de vários Governos no sentido do Estado são-tomense ter depósitos de combustível noutras localidades do país", para descentralizar o armazenamento e pôr fim da dependência da única central de reserva na cidade de Neves, no norte da ilha de São Tomé.
Após as enxurradas causadas pelas fortes chuvas que assolaram São Tomé e Príncipe em dezembro do ano passado, o diretor do Instituto Nacional de Estradas (Inae), Gabdulo Quaresma, revelou que desde 2009 foi realizado um estudo em que se constatou a "necessidade de intervenção em todas as pontes do país, num total de 166 pontes", considerando "a situação crítica em que elas se encontravam e que poderiam colocar em causa a segurança quanto à circulação de pessoas e mercadorias".
Na altura, o responsável do Inae referiu que face às intempéries tornou-se necessária a intervenção urgente em cerca de 10 pontes, tendo apresentado um orçamento acima de 12 milhões de euros para o efeito.
"Nós sabemos que são ações que apareceram como apareceram -- uma catástrofe -- e que os meios financeiros não estavam preparados e disponíveis para o efeito. Tem sido um esforço muito grande do Governo, das instituições e dos parceiros, no entanto não são suficientes para resolver os problemas que nós tivemos", disse hoje o ministro Osvaldo Abreu.
Hoje vários postos de venda de combustível informaram que estavam sem reservas de combustível para comercialização e outros suspenderam a venda, causando filas enormes nos principais postos do país em funcionamento.
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