Lavrov. III Guerra Mundial envolverá "armas nucleares e será destrutiva"

Putin colocou as forças de dissuasão nuclear em alerta máximo.

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Hélio Carvalho
02/03/2022 12:08 ‧ 02/03/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse, esta quarta-feira, que uma hipotética III Guerra Mundial irá "envolver armas nucleares e será destrutiva".

O alerta de Lavrov surge dois dias depois de o presidente russo Vladimir Putin ter colocado as forças de dissuasão nuclear em alerta máximo, gerando uma onda de preocupação pelo mundo inteiro sobre o potencial de uma guerra nuclear na Europa.

O chefe da diplomacia russa também disse hoje que o Presidente norte-americano, Joe Biden, sabe que a única alternativa às sanções contra Moscovo é uma terceira guerra mundial, que seria "uma guerra nuclear devastadora".

Biden "tem experiência e sabe que não há alternativa às sanções, senão a guerra mundial", disse Lavrov à Al Jazeera, citado pela agência espanhola EFE.

"A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora", disse o diplomata veterano, de 71 anos.

Na sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, a Rússia enfrenta sanções da União Europeia (UE) e de diversas entidades e países, incluindo a tradicionalmente neutra Suíça, que estão a atingir setores como a banca, aviação, energia ou o desporto.

Lavrov disse que a Rússia estava pronta para enfrentar as sanções, mas admitiu que não esperava que visassem atletas, intelectuais, artistas e jornalistas.

Mas "a Rússia tem muitos amigos e não pode ser isolada", disse, de acordo com a Al Jazeera.

Lavrov reiterou a disponibilidade de Moscovo para realizar uma segunda ronda de negociações com o Governo ucraniano, que acusou de estar a atrasar estas conversações "sob ordens norte-americanas".

Sobre as razões do atual conflito com a Ucrânia, Lavrov disse que os países ocidentais se recusaram a atender às exigências da Rússia para a formulação de uma nova arquitetura de segurança europeia.

A operação militar russa, que vai no sétimo dia, visa desarmar a Ucrânia e impedi-la de adquirir uma arma nuclear, disse Lavrov, citado pela Al Jazeera.

"Não podemos permitir a presença de armas ofensivas na Ucrânia que ameacem a nossa segurança", acrescentou.

A Rússia é o maior poder nuclear do mundo, à frente de todos os países da NATO juntos e da China, com cerca de 6 mil ogivas nucleares.

Além disso, a invasão russa também já chegou a Chernobyl e à maior central nuclear da Europa, Zaporizhzhia.

Segundo as forças armadas ucranianas, já morreram na guerra na Ucrânia cerca de 6 mil soldados russos.

[Notícia atualizada às 14h26]

Leia Também: NATO não eleva níveis de alerta nuclear, diz secretário-geral

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