O Reino Unido revelou hoje ter denunciado as “atrocidades” das forças russas na invasão da Ucrânia ao Tribunal Penal Internacional (TPI), com 37 dos seus aliados, para que o organismo possa “proceder imediatamente a uma investigação”.
“Depois de uma investigação preliminar da situação na Ucrânia, aberta em 2014 pelo TPI após a anexação ilegal da Crimeia, o procurador [do TPI] revelou, na segunda-feira, 28 de fevereiro, a sua intenção de obter autorização dos juízes do TPI para abrir uma investigação sobre a situação na Ucrânia”, adianta um comunicado do governo britânico.
O referendo das 38 nações permitirá, assim, que o procurador “avance de imediato para uma investigação, sem aprovação judicial”, informa o documento.
“O uso de força indiscriminada por parte da Rússia contra civis inocentes, na sua invasão ilegal e não provocada da Ucrânia, equivale a crimes de guerra, pelos quais o regime do [presidente russo, Vladimir] Putin, deverá responder.”
Liz Truss, ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, disse ainda que o país, enquanto fundador do TPI, fornecerá “a assistência técnica necessária para assegurar as condenações”, considerando que, agora, a “tarefa importante é a de preservar todas as provas dos crimes de guerra”.
“Todos os líder ou oficiais russos a seguir ordens que equivalem a crimes de guerra deverão saber que enfrentam o tribunal e, em última instância, a prisão”, rematou.
Alguns dos países signatários incluem Portugal, França, Alemanha, Roménia, Polónia, Espanha, Suíça, Suécia, Eslováquia, Bulgária, Geórgia, e Hungria.
Recorde-se que o TPI anunciou ontem as datas das primeiras audiências sobre o conflito, marcadas para 7 e 8 de março, em Haia.
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