África do Sul considera resolução da ONU obstáculo ao diálogo e mediação

O Governo sul-africano considerou que a resolução das Nações Unidas que condenou hoje a invasão russa da Ucrânia, é um obstáculo a um ambiente propício de diálogo e mediação, podendo acentuar uma divisão "mais profunda" entre as partes.

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Lusa
02/03/2022 21:48 ‧ 02/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"O conflito envolve dois membros das Nações Unidas num conflito armado, que esta organização tem a responsabilidade de prevenir", referiu Pretória em comunicado.

De acordo com Pretória, as Nações Unidas "devem tomar decisões e ações que levem a um resultado construtivo que conduza à criação de uma paz sustentável entre as partes".

Na ótica do Governo sul-africano, "a resolução que consideramos hoje não cria um ambiente propício à diplomacia, ao diálogo e à mediação".

"Embora concordemos e apoiemos os esforços envidados pelos Estados-Membros para chamar a atenção da comunidade internacional para a situação na Ucrânia, a África do Sul considera que deveria ter sido dada maior atenção à aproximação das partes ao diálogo", refere-se na nota.

Para a África do Sul, o texto da resolução da ONU "na sua forma atual poderá criar uma divisão mais profunda entre as partes em vez de contribuir para a resolução do conflito", acrescentando que "a resolução deveria ter saudado o início das negociações entre as partes".

"A África do Sul também teria preferido um processo aberto e transparente para negociar a resolução hoje. Isso teria permitido a todos nós, como membros iguais da Assembleia, apresentar os nossos pontos de vista e, idealmente, atingir um nível de compreensão antes da entrega do texto", considerou o governo de Pretória.

A assembleia geral da ONU aprovou hoje uma resolução que condena a invasão russa da Ucrânia, com o apoio de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.

A resolução contou com 35 abstenções, incluindo as da África do Sul, China, Angola e Moçambique, e cinco votos contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia).

Leia Também: UE e EUA celebram derrota da Rússia na ONU, Guterres pede fim de conflito

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