"O conflito envolve dois membros das Nações Unidas num conflito armado, que esta organização tem a responsabilidade de prevenir", referiu Pretória em comunicado.
De acordo com Pretória, as Nações Unidas "devem tomar decisões e ações que levem a um resultado construtivo que conduza à criação de uma paz sustentável entre as partes".
Na ótica do Governo sul-africano, "a resolução que consideramos hoje não cria um ambiente propício à diplomacia, ao diálogo e à mediação".
"Embora concordemos e apoiemos os esforços envidados pelos Estados-Membros para chamar a atenção da comunidade internacional para a situação na Ucrânia, a África do Sul considera que deveria ter sido dada maior atenção à aproximação das partes ao diálogo", refere-se na nota.
Para a África do Sul, o texto da resolução da ONU "na sua forma atual poderá criar uma divisão mais profunda entre as partes em vez de contribuir para a resolução do conflito", acrescentando que "a resolução deveria ter saudado o início das negociações entre as partes".
"A África do Sul também teria preferido um processo aberto e transparente para negociar a resolução hoje. Isso teria permitido a todos nós, como membros iguais da Assembleia, apresentar os nossos pontos de vista e, idealmente, atingir um nível de compreensão antes da entrega do texto", considerou o governo de Pretória.
A assembleia geral da ONU aprovou hoje uma resolução que condena a invasão russa da Ucrânia, com o apoio de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.
A resolução contou com 35 abstenções, incluindo as da África do Sul, China, Angola e Moçambique, e cinco votos contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia).
Leia Também: UE e EUA celebram derrota da Rússia na ONU, Guterres pede fim de conflito