Na segunda-feira, os utilizadores da Internet começaram uma campanha na qual deixavam reviews com mensagens diretamente dirigidas ao povo russo para lhes explicar o que estava a acontecer na Ucrânia.
Agora, segundo a Sky News, o TripAdvisor desativou a possibilidade de deixar comentários sobre atrações turísticas e restaurantes russos, após uma vaga de comentários a avisar os cidadãos russos para não acreditarem na propaganda de Putin.
A ideia foi partilhada pelos Anonymous - um grupo internacional de hackers - no Twitter: "Vão ao Google Maps. Ir para a Rússia. Encontrem um restaurante ou negócio e escrevam uma crítica. Quando escreverem a review, expliquem o que está a acontecer na Ucrânia", pode ler-se.
Go to Google Maps. Go to Russia. Find a restaurant or business and write a review. When you write the review explain what is happening in Ukraine.
— Anonymous (@YourAnonNews) February 28, 2022
Idea via @Konrad03249040
E até sugeriram um texto padrão: "A comida era ótima! Infelizmente, Putin estragou os nossos apetites ao invadir a Ucrânia".
Agora, ao tentar deixar uma review, lê-se a seguinte mensagem no site: "Devido a um evento recente que atraiu a atenção dos meios de comunicação social e causou um fluxo de comentários que não descrevem uma experiência em primeira mão, suspendemos temporariamente a publicação de novos comentários ".
Numa declaração, o site disse: "O Tripadvisor continua chocado e entristecido com as cenas desoladoras a que estamos todos a assistir na Ucrânia, e os nossos pensamentos estão com todas as vítimas desta invasão".
E acrescentou: "Como plataforma de orientação de viagens mais fiável do mundo, continuamos concentrados em proteger a integridade do conteúdo do Tripadvisor e, ao fazê-lo, estamos a tomar numerosas medidas para assegurar que os nossos utilizadores possam obter informações precisas sobre qualquer negócio aberto, em qualquer parte do mundo, e que fornecemos aos viajantes e informações que os ajudem a mantê-los seguros".
O Tripadvisor estará também a suspender o comércio com todas as empresas estatais ou oligárquicas da Rússia.
O Google confirmou também, durante o fim-de-semana, que tinha desativado o tráfego de dados em direto na Ucrânia para a segurança das comunidades locais.
O Presidente Putin tem pressionado os meios de comunicação russos que não seguem a narrativa "oficial" do Estado a não utilizarem expressões como "invasão" ou "guerra".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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