"Como o número de refugiados da Ucrânia que fugiram para países vizinhos atinge os 875.000, vou à Roménia numa visita que me levará também à Moldova e à Polónia nos próximos dias -- para avaliar a situação dos refugiados e garantir apoio dos governos anfitriões do ACNUR [Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados]", escreveu no Twitter.
Na manhã de quarta-feira, o número de refugiados da Ucrânia para países vizinhos havia atingido as 836.000 pessoas.
Os novos dados representavam um aumento de quase 160.000 pessoas em relação ao número apresentado na terça-feira pelo Alto Comissário para os Refugiados, Filippo Grandi.
Na altura, Filippo Grandi dava conta da existência de 677.000 refugiados ucranianos, o que o levou a fazer um apelo de emergência para financiamento de ajuda humanitária ao país e aos que fugiram.
Dos 835.928 refugiados contabilizados pelo ACNUR até à manhã de quarta-feira, mais de metade (453.982 pessoas) foi acolhida pela Polónia.
Desde o início das hostilidades e do fluxo de refugiados que se seguiu, a Polónia tem sido o principal país anfitrião, seguido da Hungria, onde se encontram 116.348 refugiados, ou seja, 14% do total.
A Eslováquia, por sua vez, recebeu 67.000 refugiados (8% do total), enquanto a Rússia, o país invasor, acolheu 5,1% dos refugiados ucranianos, o que representa 42.900 pessoas.
As autoridades e a ONU esperam que o fluxo de pessoas que fogem da guerra na Ucrânia se intensifique ainda mais, já que o exército russo parece agora estar a concentrar os seus esforços nas principais cidades.
"Estamos a testemunhar o que pode vir a ser a mais grave crise de refugiados na Europa neste século", referiu Filippo Grandi, terça-feira em Genebra.
A ONU e as suas organizações parceiras lançaram um apelo de emergência na terça-feira para arrecadar 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros), dos quais cerca de um milhão de euros se destina a ajudar ucranianos que não fugiram do país e cerca de 495 milhões de euros a apoiar os refugiados.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou a morte de centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev.
A vaga de refugiados está a dirigir-se sobretudo para os países mais próximos, como a Polónia, a Hungria, a Moldávia e a Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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