"Os Estados Unidos utilizam as tarifas como uma arma para lançar ataques indiscriminados contra vários países, violam flagrantemente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudicam os direitos e interesses legítimos de todos os países", afirmou na terça-feira Wang, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
O responsável explicou que "esta prática de empurrar as relações entre países para a lei da selva é um retrocesso histórico, impopular e insustentável, a que cada vez mais países estão a resistir e a opor-se".
Enquanto "país responsável", a China tomou medidas para "proteger os próprios direitos e interesses legítimos e para defender as regras internacionais e o sistema comercial multilateral", apontou.
"A China está disposta a trabalhar com o Reino Unido para seguir a orientação estratégica dos líderes dos dois países, eliminar todos os tipos de interferência e ruído, e manter as relações bilaterais na direção certa para um progresso constante", afirmou.
Lammy disse que o Reino Unido "sempre foi um país aberto, que apoia firmemente o comércio livre e defende o sistema comercial multilateral com a OMC no seu núcleo", de acordo com a declaração.
"Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o Reino Unido e a China têm responsabilidades importantes para com o desenvolvimento sustentável da economia mundial e do comércio internacional, e estão prontos para manter a comunicação com a China a este respeito", acrescentou.
O funcionário britânico referiu ainda que o Reino Unido "aprecia o bom momento atual no desenvolvimento das relações entre Pequim e Londres e está interessado em reforçar ainda mais os intercâmbios, a todos os níveis, entre os dois países".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acrescentou, no comunicado, que as duas partes trocaram pontos de vista sobre a guerra na Ucrânia, mas não revelou mais pormenores.
A conversa entre Wang e Lammy surge no contexto do agravamento da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, que impuseram tarifas superiores a 100% um ao outro, e numa altura de grande volatilidade nos mercados, com crescentes apelos internacionais à contenção.
A China tem insistido que não quer uma guerra comercial, mas que "não tem medo de a travar, se necessário".
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