Segundo o OCHA, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos já contabilizou 227 civis mortos, incluindo 15 crianças, e outros 525 feridos, dos quais 28 menores, na Ucrânia desde o início do conflito armado.
O Alto Comissariado assinalou que este balanço supera o das vítimas civis da guerra no leste da Ucrânia entre separatistas pró-russos e forças ucranianas em 2014 -- que deixou 136 mortos e 577 feridos. Admite que os números, até agora, podem estar subestimados, visto que contabilizam apenas as baixas confirmadas e utilizam uma metodologia bastante rigorosa.
As autoridades ucranianas apresentaram números muito mais altos de mortos e feridos neste conflito armado.
Segundo o Alto Comissariado dirigido por Michelle Bachelet, a maioria das vítimas foi causada pelo uso de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeamentos com artilharia pesada e sistemas de foguetes de lançamento múltiplo e ataques aéreos.
"Danos e destruição da infraestrutura civil em áreas de combate ativo e aqueles afetados por ataques aéreos e bombardeamentos continuam a impedir o acesso das pessoas a água, alimentos, saúde e outros serviços básicos. Isso também está a afetar a capacidade dos parceiros de ampliar e expandir os programas dentro da Ucrânia", referiu, por seu turno, o OCHA no comunicado.
Pelo menos 1.038.583 pessoas cruzaram as fronteiras da Ucrânia desde 24 de fevereiro, informou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no seu portal oficial na internet, reafirmando que a maioria dos que fogem são mulheres e crianças.
Segundo o ACNUR, 52,8% daquele total fugiu para a Polónia, ou seja, 547.982 pessoas, enquanto a Hungria acolheu 133.009, quase 13% dos refugiados ucranianos, a Moldova 97.827 (9,4%), a Eslováquia 72.200 (7,2%) e a Roménia 51.261 (5%).
O Alto Comissariado indica ainda que 88.147 pessoas (8,5% do total dos que abandonaram a Ucrânia) continuaram a fuga depois de cruzarem as fronteiras ucranianas, para outros países europeus, e que 47.800 se refugiaram na Rússia.
As autoridades ucranianas e a ONU esperam que o fluxo de refugiados se intensifique, já que o exército russo parece estar a concentrar os seus esforços nas principais cidades ucranianas. Segundo a ONU, quatro milhões de pessoas podem deixar o país para escapar à guerra.
De acordo com a nota do OCHA, "a necessidades humanitárias das pessoas afetadas, em movimento e deslocados internos são críticas. O grupo de saúde enfatizou que o atendimento ao trauma e os cuidados primários, medicamentos essenciais e suprimentos médicos são urgentemente necessários".
As pessoas também precisam de acesso a alimentos e outros apoios. A principal preocupação de proteção é facilitar a retirada segura e digna de pessoas vulneráveis, incluindo pessoas com deficiência, idosos, mulheres e crianças, segundo o OCHA.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
Leia Também: Autocarro recolhe refugiados e leva idoso ucraniano que quer ir à luta