Na resolução, pede-se à Rússia para "cessar imediatamente as ações contra instalações nucleares ucranianas", ameaçadas pela guerra.
O texto -- submetido pela Polónia e pelo Canada - critica a invasão russa da Ucrânia, considerando que "representa sérias e diretas ameaças à segurança" de centrais nuclear e dos seus funcionários, para além de poder provocar "um acidente ou incidente nuclear que coloque em risco a população da Ucrânia, dos Estados vizinhos e da comunidade internacional".
Por outro lado, a resolução afirma que "a agressão da Federação Russa está a impedir a AIEA de realizar as suas atividades de verificação de salvaguardas (controlos) nas instalações nucleares da Ucrânia, dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas".
Segundo fontes diplomáticas citadas pela agência de notícias espanhola Efe em Viena, 26 dos 35 países do conselho votaram a favor da resolução. A Rússia e a China votaram contra, outros cinco países do conselho abstiveram-se e dois não compareceram à votação.
A Rússia reagiu, dizendo que se trata de "uma etapa em direção à politização" do trabalho da organização das Nações Unidas.
A Ucrânia tem 15 reatores em quatro centrais e vários outros locais, incluindo Chernobyl, local do pior desastre nuclear da história, em 1986, que caiu nas mãos das tropas russas na semana passada.
"Qualquer incidente pode ter consequências graves. Pode piorar o sofrimento humano e causar danos ecológicos", avisou, na quarta-feira, o diretor-geral da AEIA, Rafael Grossi.
Nesse mesmo dia, a Assembleia Geral da ONU adotou, por maioria, uma resolução que "exige que a Rússia cesse imediatamente o uso da força contra a Ucrânia", uma votação classificada como "histórica".
A Rússia lançou no passado dia 24 uma ofensiva militar na Ucrânia com três frentes e recorrendo a forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. A ONU já deu conta de mais de um milhão de refugiados.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
[Notícia atualizada às 13h15]
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