O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu, esta quinta-feira, que a “única maneira de acabar com a guerra” é reunir-se diretamente com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
"Senta-te comigo para negociar, não a 30 metros”, afirmou o presidente, numa alusão a Putin e à longa mesa onde o russo se reúne com os seus conselheiros e líderes mundiais. “Eu não mordo. Do que é que têm medo?", atirou.
Numa altura em que decorrem negociações entre as delegações russas e ucranianas, na região de Brest, na Bielorrússia, perto da fronteira polaca, Zelensky afirmou que “quaisquer palavras são melhores do que tiros”.
O presidente ucraniano, que é apontado como o principal alvo das tropas russas, recusou-se novamente a abandonar a capital Kyiv e alertou que, se a Ucrânia for derrotada pela Rússia, Putin irá querer atacar o resto da Europa Oriental, a começar pelos países bálticos.
"Se desaparecermos, que Deus nos proteja, em seguida será a Letónia, Lituânia e Estónia", afirmou, sublinhando que a ofensiva russa irá “até ao Muro de Berlim”. De referir que os três países bálticos fazem parte da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), o que poderia levar a uma intervenção dos restantes países membro.
Assinala-se hoje uma semana desde que a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia. Segundo os últimos dados, mais de dois mil civis ucranianos morreram desde então e mais de um milhão de pessoas abandonaram o país, metade das quais são crianças.
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