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Forças russas seguem a tentar controlar a maior central nuclear da Europa

As forças ucranianas combatem as tropas russas nos arredores de Enerhodar, segundo o autarca da cidade.

Forças russas seguem a tentar controlar a maior central nuclear da Europa
Notícias ao Minuto

23:43 - 03/03/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

As forças russas continuam as investidas pelo controlo da importante cidade de Enerhodar, no sul da Ucrânia, onde está a maior central nuclear da Europa, enquanto as autoridades ucranianas apelam aos civis que combatam os invasores.

Segundo o autarca da cidade que é responsável por produzir cerca de um quarto da energia do país, as forças ucranianas combatem as tropas russas nos arredores de Enerhodar.

Vídeos mostram chamas e nuvens de fumo preto na cidade com mais de 50.000 habitantes, enquanto pessoas fogem daquele 'inferno', passando por carros destruídos, noticia a agência Associated Press (AP).

E um vídeo em direto, no canal oficial de YouTube da própria central nuclear mostra confrontos.

Os combates em Enerhodar, cidade nas margens do rio Dnieper, decorreram hoje enquanto se realizava a segunda ronda de negociações entre russos e ucranianos também.

Negociadores russos e ucranianos disseram que na reunião de hoje foi acordado um cessar-fogo temporário nos locais onde estão estabelecidos corredores humanitários para a saída de civis na Ucrânia.

As autoridades ucranianas têm apelado ao seu povo para que defenda o país contra as forças de Vladimir Putin, cortando árvores, erguendo barricadas nas cidades e atacando colunas inimigas pela retaguarda. Nos últimos dias, as autoridades distribuíram armas aos civis e ensinaram a produzir bombas incendiárias improvisadas ("cocktail molotov").

O avanço terrestre de Moscovo sobre a capital da Ucrânia, no norte, está parado, aparentemente, com uma enorme coluna militar russa a estar paralisada nos arredores de Kiev. A resistência, mais dura do que o esperado por Moscovo, por parte dos ucranianos, tem impedido uma vitória rápida para o invasor.

Os russos têm usado o seu poder de fogo superior nos últimos dias, lançando mísseis e ataques de artilharia em áreas civis e obtendo ganhos significativos no sul da Ucrânia, como parte de um esforço para cortar a ligação deste país com o mar Negro e Azov.

O corte do acesso da Ucrânia ao litoral seria um rude golpe para a economia do país e permitira à Rússia construir um corredor terrestre que se estende desde a sua fronteira até à Crimeia, anexada por Moscovo desde 2014, seguindo depois para oeste até à Roménia.

Os russos já anunciaram a captura de Kherson, com as autoridades ucranianas locais a confirmaram a tomada do governo local da cidade com um porto vital no mar Negro, com 280.000 habitantes. É a primeira grande cidade a cair desde que a invasão começou há uma semana.

Os combates intensos continuam nos arredores de outro porto estratégico, Mariupol, no mar de Azov, mergulhando-o na escuridão, no isolamento e no medo, acrescenta a reportagem da AP. Grande parte desta localidade ficou sem eletricidade e serviços telefónicos, com as habitações e lojas a enfrentarem a escassez de alimentos e água. Sem ligações telefónicas, os médicos não sabiam para onde levar os feridos.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

Leia Também: Ucrânia. Scholz exorta Schröder a deixar o cargo no Nord Stream e Gazprom

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