"As operações militares em torno de instalações nucleares e outras infraestruturas civis são não só inaceitáveis, como altamente irresponsáveis", disse DeCarlo no Conselho de Segurança da ONU, reunido de emergência para discutir o ataque russo à central nuclear de Zaporiyia, no sudeste da Ucrânia.
A responsável das Nações Unidas sublinhou que os ataques a centrais nucleares violam a lei humanitária internacional e instou as partes a trabalhar com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para garantir a segurança daquela unidade de produção e a permitir que os funcionários dessa agência viajem para a Ucrânia para trabalhar com os reguladores.
"A Ucrânia conhece demasiado bem a devastação que um grande acidente nuclear pode causar. O desastre de Chernobyl, em 1986, é um exemplo duradouro da razão pela qual é vital assegurar que todas as centrais nucleares têm os mais elevados padrões de segurança", observou DiCarlo.
"Devem ser feitos todos os esforços para evitar um incidente nuclear catastrófico", insistiu a diplomata, elogiando o pessoal ucraniano de Zaporiyia por garantir o funcionamento seguro da central no meio da atual crise.
Segundo a agência nuclear da ONU, o ataque à instalação não causou fugas radioativas, apesar de um edifício do complexo ter chegado a incendiar-se em consequência da ofensiva.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já fizeram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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