O Irão e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) concordaram sobre um mecanismo para resolver questões pendentes sobre o tratado nuclear iraniano de 2015, mas as exigências feitas hoje pela Rússia podem atrasar as negociações que decorrem em Viena para salvar o pacto que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente em 2018.
Enquanto se multiplicavam declarações otimistas sobre um acordo iminente entre os negociadores em Viena para salvar o tratado nuclear iraniano, a Rússia, atingida por sanções ocidentais após a invasão da Ucrânia, interveio para exigir garantias dos EUA de que essas sanções não afetarão as relações com o Irão.
De acordo com um dos pontos principais do acordo de 2015, destinado a garantir o caráter estritamente pacífico das atividades nucleares iranianas, o Irão transferiu toneladas de urânio enriquecido para a Rússia.
"Pedimos garantias escritas aos nossos colegas americanos (...) de que as sanções não afetarão o nosso direito de livre e plena cooperação comercial, económica, de investimento e técnico-militar com o Irão", disse hoje o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, referindo-se às sanções dos EUA, como retaliação pela invasão russa da Ucrânia.
O tratado de 2015 -- que foi assinado pelo Irão, por um lado, e pelos Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha do outro - procurava impedir Teerão de conseguir produzir armas atómicas.
O pacto permitiu o levantamento das sanções económicas internacionais contra o Irão, em troca de limites ao seu programa nuclear, mas os Estados Unidos retiraram-se do tratado, em 2018, restabelecendo as sanções contra Teerão.
Leia Também: Putin diz que sanções impostas à Rússia são uma declaração de guerra