Secretas dos EUA estudam estado mental de Putin. As conclusões preocupam

Segundo os serviços de informação dos EUA, as ações de Vladimir Putin poderão ter sido impactadas pelos dois anos de isolamento. O perfil que é desenhado do líder russo revela uma personalidade paranoica e que tenderá a agravar a situação.

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© Sputnik/Andrei Gorshkov/Kremlin via REUTERS

Notícias ao Minuto
05/03/2022 22:35 ‧ 05/03/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Vladimir Putin

As secretas norte-americanas transformaram a avaliação do estado mental de Vladimir Putin numa prioridade na última semana, tentando avaliar o seu impacto na gestão da crise ucraniana, segundo indicava a CNN na semana passada.

Agora, o New York Times indica que o debate, neste âmbito, está centrado nos últimos dois anos de pandemia e na possibilidade da sua determinação em ocupar a Ucrânia ter sido impactada pelos dois anos de isolamento ou por algum sentimento de que este era o melhor momento para reconstruir a influência russa e assegurar o seu legado.

Citando conclusões dos serviços de informação, o jornal norte-americano explica que, ao contrário do que aconteceu com a população russa, o presidente passou os últimos dois anos numa “bolha de proteção” mais apertada do que outros chefes de Estado. As reuniões foram quase sempre por videoconferência e quando presenciais, já este ano, é assegurada uma distância de segurança que, inclusive, se tornou motivo de troça nas redes sociais.

Não esquecer, ainda, a preocupação com acesso a material biológico. Alguns líderes, como Emmanuel Macron ou Olaf Scholz recusaram fazer um teste de rastreio ao vírus SARS-CoV-2 no encontro com o homólogo russo, num ambiente de desconfiança bilateral.

Estas preocupações, disseram os serviços de informação à Casa Branca e ao Congresso, refletem a sua idade (aos 69 anos seria um doente de risco, se contraísse o vírus SARS-CoV-2), mas também algo que descrevem como paranoia decorrente da sua carreira como espião ao serviço do K.G.B (serviços secretos russos).

Segundo os elementos das secretas norte-americanas, Vladimir Putin tende a agravar uma situação quando se sente encurralado pelos seus próprios excessos, descrevendo uma série de cenários e possíveis reações - que variam desde o bombardeamento indiscriminado de cidades ucranianas, para compensar erros iniciais do seu exército, a ciberataques dirigidos ao sistema financeiro norte-americano, ou mais ameaças nucleares e, talvez, movimentos no sentido de levar a invasão além das fronteiras da Ucrânia.

Recorde-se que a Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: AO MINUTO: EUA prometem ajuda militar; Russos retomam ataques no sudeste

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