A conversa de 90 minutos entre Scholz e Bennett "concentrou-se os resultados da reunião que o primeiro-ministro [israelita] teve com o Presidente russo, Putin", disse a chancelaria alemã, no final da reunião.
"Foi acordado manter contacto próximo sobre esta questão, permanecendo como objetivo comum acabar com a guerra na Ucrânia o mais rápido possível", acrescentou, no comunicado.
Bennett chegou à capital da Alemanha pouco depois das 22:00 (hora em Lisboa), de acordo com a imprensa alemã.
O primeiro-ministro israelita voou para Berlim imediatamente depois do encontrado com Putin, indicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Steffen Hebestreit, na rede social Twitter.
Bennett e Scholz já se tinham encontrado na quarta-feira, durante uma viagem oficial do chanceler alemão a Jerusalém, onde discutiram a situação na Ucrânia.
Na sexta-feira, Scholz pediu a Putin que ponha fim imediato aos combates na Ucrânia e abra corredores de ajuda humanitária, durante uma conversa telefónica.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou ter falado novamente com o primeiro-ministro israelita.
"Naftali Bennett ligou-me depois de uma reunião com Vladimir Putin. Continuamos o diálogo", escreveu, no Twitter, Zelensky, que é também judeu.
Bennett é um dos líderes mundiais que ainda não condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, sublinhando as boas relações que Israel mantém com os dois países em guerra.
O Estado judaico entregou ajuda humanitária à Ucrânia, mas mantém laços com a Rússia, de forma a garantir que a aviação israelita e russa não entram em conflito na vizinha Síria, referiu a agência de notícias Associated Press (AP).
A Ucrânia pediu mesmo que Bennett desempenhe funções de mediador no conflito, indicou, por sua vez, a agência de notícias France-Presse (AFP).
Bennett foi o primeiro dirigente estrangeiro a visitar a Rússia desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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