Blinken, que está na Moldova, explicou, em entrevista à CNN, que, no sábado, falou ao telefone sobre esse assunto com o Presidente dos EUA, Joe Biden, e com outros membros do Governo.
"Estamos agora a conversar com os nossos aliados europeus para analisar, de forma coordenada, a possibilidade de proibir a importação de petróleo russo e garantir que haja uma oferta suficiente de petróleo nos mercados globais", afirmou Blinken, acrescentando que "as conversações estão muito ativas".
A proibição das importações de petróleo privaria a presidência russa (Kremlin) de uma importante fonte de receita, mas poderia prejudicar a economia mundial ao elevar os já altos preços da energia, razão pela qual os governos ocidentais têm resistido a adotar tal medida.
No entanto, os congressistas dos Estados Unidos, quer democratas quer republicanos, têm pressionado Biden nos últimos dias para que Washington pare de comprar petróleo e seus derivados à Rússia, argumentando que a receita dessas importações é usada pelo Kremlin para financiar a guerra na Ucrânia.
No sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reuniu-se por videoconferência com 280 membros do Congresso norte-americano e pediu ajuda, apelando à proibição da importação de petróleo da Rússia, recebendo apoio de muitos dos legisladores.
Embora a sanção tenha vindo a ganhar apoio interno nos Estados Unidos, a União Europeia (UE) ainda não expressou a sua aprovação.
Também em entrevista dada hoje à CNN, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que está em Berlim, reiterou o seu desejo de que a Europa deixe de depender da Rússia, diversifique as suas fontes de energia e acelere o seu investimento em energias renováveis.
No entanto, Von der Leyen recusou-se a comentar qualquer conversa com Washington sobre possíveis sanções à importação de petróleo russo.
A UE depende da Rússia para o fornecimento de energia, já que importa daquele país 41% do gás natural e 27% do petróleo que consome, segundo dados de 2019 do Eurostat.
Ao contrário da União Europeia, os EUA têm capacidade para produzir o seu próprio gás e petróleo, embora continuem a importar energia de outros países porque o seu consumo interno é muito superior à produção.
Ainda assim, os Estados Unidos são muito menos dependentes da Rússia e importam apenas 7,9% do petróleo que consomem daquele país, segundo a Administração de Informações sobre Energia dos EUA.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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