"A chamada do Presidente Emmanuel Macron a Vladimir Putin tinha um objetivo principal, que era garantir a segurança das centrais nucleares na Ucrânia. Para além disso, era importante transmitir ao Presidente Putin as suas preocupações e exigências em termos humanitários e políticos para que ele se comprometa, finalmente, com uma negociação que coloque um ponto final às operações russas", disse fonte do Eliseu aos jornalistas.
Vladimir Putin respondeu que "não tem intenção" de atacar as centrais nucleares russas, tendo-se mostrado disponível para continuar a cumprir as regras da Agência Internacional de Energia Atómica e rejeitando que as forças russas tenham atacado a central nuclear de Zaporizhia esta semana.
O líder russo disse aceitar uma cooperação mais próxima com o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Mariano Grossi. O dirigente desta organização da energia nuclear reuniu-se esta semana com urgência com Emmanuel Macron.
O chefe de Estado francês frisou ainda que "é necessário que o direito internacional seja plenamente respeitado" e que isso significa que a proteção dos civis "deve ser organizada", permitindo assim ajuda humanitária, nomeadamente rotas de fuga seguras para os ucranianos que desejem abandonar Mariupol.
Ainda segundo fonte do Eliseu, Putin retorquiu que a "responsabilidade é dos ucranianos de deixarem ou não sair as populações das cidades" e Macron disse que o mais correto seria fazer uma "pausa humanitária" nos combates para permitir a saída dessas pessoas.
Os termos do fim da invasão voltaram a ser enumerados por Vladimir Putin ao longo desta conversa de uma hora e 45 minutos, incluindo a desnazificação da Ucrânia, com o líder do Kremlin a repetir também que os seus objetivos serão atingidos "quer por negociações quer através da guerra".
Tentando novos esforços para negociações, Macron lembrou que isso terá um custo também para a Rússia e que seria melhor voltar à mesa de discussões.
Emmanuel Macron vai falar ainda esta tarde com Volodymir Zelensky e também com o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, que esteve em Moscovo no sábado.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com as Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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