"Esperamos que todos os dinamarqueses apoiem" o levantamento desta derrogação, que mantém historicamente o país escandinavo -- membro da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) -- à margem da política da UE em matéria militar, segundo afirmou Mette Frederiksen.
"Tempos históricos exigem decisões históricas", disse a primeira-ministra numa conferência de imprensa, para justificar o abandono desta "opt out" (decisão de ficar de fora), em vigor há quase 30 anos.
Este referendo decorrerá no âmbito de um acordo hoje alcançado com a maioria dos partidos com assento parlamentar, que prevê igualmente um forte aumento do orçamento da Defesa nos próximos anos, para atingir o objetivo da NATO de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2033, anunciou a chefe do executivo dinamarquês.
Para já, o Governo decidiu atribuir mais sete mil milhões de coroas (cerca de 940 milhões de euros) ao orçamento da Defesa nos próximos dois anos.
Em consequência da instabilidade geopolítica causada pela invasão russa da Ucrânia, Copenhaga pretende também "tornar-se independente do gás russo o mais rapidamente possível", afirmou a dirigente.
O próximo referendo será o nono em que os eleitores do reino escandinavo se pronunciarão sobre questões europeias desde a sua adesão à UE, em 1972.
Após a rejeição por referendo do Tratado de Maastricht, em junho de 1992, a Dinamarca conseguiu derrogações em várias áreas de soberania, a começar pela moeda única, mas também nas questões de Justiça e policiais, bem como na Defesa.
As derrogações obtidas permitiram ao Governo realizar um novo referendo sobre Maastricht um ano depois, no qual os dinamarqueses disseram 'sim'. E agora, elas devem ser eliminadas por referendo também.
Em dezembro de 2015, os dinamarqueses rejeitaram em referendo um reforço da sua cooperação com a UE em matéria de polícias e de segurança, com receio de perderem a soberania em matéria de imigração.
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