A chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse, esta segunda-feira, que a situação no norte da Etiópia se tem vindo a deteriorar desde novembro e que o seu gabinete tinha recebido relatos de infrações generalizadas, incluindo violações e ataques aéreos letais.
Segundo informa a Reuters, Michelle Bachelet disse ao Conselho de Direitos Humanos que o seu pessoal tinha registado 304 mortos e 373 feridos na sequência de ataques aéreos "aparentemente perpetrados pela Força Aérea Etíope" nas regiões de Tigray e de Afar.
O enviado da Etiópia ao Conselho de Direitos Humanos, Mahlet Hailu Guadey, rejeitou as declarações de Bachelet, afirmando que estes estão em desacordo com os factos no terreno. "A Etiópia cumpre as suas obrigações nacionais e internacionais em matéria de direitos humanos", disse Guadey.
No mesmo discurso, Bachelet adiantou ainda que o seu gabinete tinha recebido, até ao momento, relatos de 306 violações perpetuadas por forças tigreanas na região de Amhara, entre novembro e dezembro do ano passado.
O governo nacional tem vindo a negar, constantemente, ter como alvo civis, no contexto de uma guerra que dura já há 16 meses. Isto num momento em que se encontram, em oposição, as forças federais etíopes e as forças rebeldes da Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF).
Leia Também: Ucrânia. PM da Etiópia apela ao diálogo entre russos e ucranianos