Corte de energia na central de Chernobyl sem grande impacto na segurança

O corte de energia na central nuclear de Chernobyl não tem um grande impacto na sua segurança, disse hoje a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), após ser informada do problema pelas autoridades ucranianas.

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Lusa
09/03/2022 15:13 ‧ 09/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"A AIEA não vê um grande impacto na segurança" da central nuclear, escreveu a agência da ONU para as questões nucleares na rede social Twitter.

Considerando o tempo decorrido desde o acidente em Chernobyl, a AIEA sublinhou que "a carga térmica da piscina e o volume de água de refrigeração são suficientes para garantir uma remoção eficiente do calor sem eletricidade".

A central de Chernobyl, que foi cenário do maior acidente nuclear da história, em 1986, "foi completamente desligada da rede elétrica devido às ações militares" russas.

"O local está sem fornecimento de energia", escreveu anteriormente o distribuidor de energia ucraniano Ukrenergo, na rede social Facebook.

Com a ofensiva russa em curso no território ucraniano, "não há possibilidade de restabelecer as linhas" de energia, declarou a operadora na altura.

A central nuclear de Chernobyl, localizada numa zona de exclusão, inclui reatores desativados e instalações de resíduos radioativos.

Atualmente, 20.000 conjuntos de resíduos radioativos estão a ser mantidos na piscina de armazenamento do local.

A AIEA já tinha indicado que "a transmissão remota de dados dos sistemas de controlo" instalados no local "tinha sido cortada".

A AEIA referia-se às câmaras de vigilância e a outros equipamentos colocados no local no âmbito do seu programa de monitorização da natureza pacífica dos programas nucleares a nível mundial.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a central possui "geradores de emergência com capacidade para 48 horas".

"Depois disso, os sistemas de refrigeração do combustível [resíduos ratioativos] armazenado serão desligados", escreveu o ministro ucraniano no Twitter.

Mais de 200 técnicos e guardas estão retidos na central nuclear de Chernobyl, estando a trabalhar há 13 dias consecutivos sob vigilância russa.

A AIEA pediu à Rússia que permita a rotatividade dos funcionários, argumentando que o descanso e os horários fixos são essenciais para a segurança do local.

"Estou profundamente preocupado com a situação difícil e de 'stress' em que se encontram os funcionários da central nuclear de Chernobyl e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear", alertou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Fornecimento de energia totalmente cortado na central de Chernobyl

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