"A AIEA não vê um grande impacto na segurança" da central nuclear, escreveu a agência da ONU para as questões nucleares na rede social Twitter.
Considerando o tempo decorrido desde o acidente em Chernobyl, a AIEA sublinhou que "a carga térmica da piscina e o volume de água de refrigeração são suficientes para garantir uma remoção eficiente do calor sem eletricidade".
A central de Chernobyl, que foi cenário do maior acidente nuclear da história, em 1986, "foi completamente desligada da rede elétrica devido às ações militares" russas.
#Ukraine has informed IAEA of power loss at #Chornobyl Nuclear Power Plant, @rafaelmgrossi says development violates key safety pillar on ensuring uninterrupted power supply; in this case IAEA sees no critical impact on safety.
— IAEA - International Atomic Energy Agency (@iaeaorg) March 9, 2022
"O local está sem fornecimento de energia", escreveu anteriormente o distribuidor de energia ucraniano Ukrenergo, na rede social Facebook.
Com a ofensiva russa em curso no território ucraniano, "não há possibilidade de restabelecer as linhas" de energia, declarou a operadora na altura.
A central nuclear de Chernobyl, localizada numa zona de exclusão, inclui reatores desativados e instalações de resíduos radioativos.
Atualmente, 20.000 conjuntos de resíduos radioativos estão a ser mantidos na piscina de armazenamento do local.
A AIEA já tinha indicado que "a transmissão remota de dados dos sistemas de controlo" instalados no local "tinha sido cortada".
A AEIA referia-se às câmaras de vigilância e a outros equipamentos colocados no local no âmbito do seu programa de monitorização da natureza pacífica dos programas nucleares a nível mundial.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a central possui "geradores de emergência com capacidade para 48 horas".
"Depois disso, os sistemas de refrigeração do combustível [resíduos ratioativos] armazenado serão desligados", escreveu o ministro ucraniano no Twitter.
Mais de 200 técnicos e guardas estão retidos na central nuclear de Chernobyl, estando a trabalhar há 13 dias consecutivos sob vigilância russa.
A AIEA pediu à Rússia que permita a rotatividade dos funcionários, argumentando que o descanso e os horários fixos são essenciais para a segurança do local.
"Estou profundamente preocupado com a situação difícil e de 'stress' em que se encontram os funcionários da central nuclear de Chernobyl e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear", alertou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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