Os números foram avançados pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa videoconferência de imprensa, a partir da sede da organização, em Genebra, Suíça.
"Estes ataques privam comunidades inteiras de cuidados de saúde", alertou Ghebreyesus.
A OMS (agência da ONU) já entregou 81 toneladas de material médico à Ucrânia, incluindo cinco toneladas com destino à capital, Kiev, e está a apoiar os países vizinhos na prestação de cuidados de saúde aos refugiados, a maioria mulheres e crianças.
A organização advertiu que a guerra na Ucrânia aumenta o risco de agravamento de doenças graves, por falta de medicamentos e outros tratamentos de rotina, e de propagação de doenças infecciosas.
"Conflito e doenças transmissíveis estão completamente vinculados", disse o diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, assinalando que "seguramente haverá um aumento de casos" de covid-19 na Ucrânia, onde "muita gente está vulnerável à infeção" e o acesso a cuidados de saúde está "mais difícil".
Mike Ryan lembrou que há hospitais no "centro do conflito" que necessitam de material médico, água e luz e onde os profissionais trabalham "sob stress, sem descanso".
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou que "a única solução real para esta situação é a paz", acrescentando que a organização "continua a pedir" à Rússia "que se comprometa com uma resolução pacífica para esta crise e permita o acesso seguro e sem obstáculos à assistência humanitária para quem dela necessita".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos -- o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.ºdia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 516 civis até terça-feira, incluindo 41 crianças.
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