Filho de deputada britânica vai combater russos

O filho de uma deputada britânica está entre o grupo de ex-militares do Reino Unido que partiram para a Ucrânia, onde vão combater as forças russas invasoras, apesar das advertências feitas por Londres.

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Lusa
10/03/2022 07:10 ‧ 10/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Ben Grant, de 30 anos, é o filho mais velho da deputada conservadora Helen Grant, que integra uma comissão para a educação de meninas e ex-secretária de Estado, noticia a agência France Presse (AFP).

"Não fui enviado. Esta situação não tem nada a ver com o governo ou com a minha mãe", assegurou ao jornal britânico The Guardian, que o entrevistou, no fim de semana, na estação de comboios de Lviv, à espera de um comboio para a capital Kiev.

O britânico, que pertenceu durante mais de cinco anos aos comandos dos Royal Marines, explicou que nem contou à mãe a sua decisão.

Grant, pai de três filhos, faz parte de um grupo de sete ex-militares e explicou que tomou a decisão depois de ver imagens de um bombardeamento russo a uma casa, onde ecoavam gritos de crianças.

Segundo Ben Grant, haverá mais cem combatentes para se juntarem às forças ucranianas.

Se inicialmente o governo britânico pareceu incentivar este tipo de iniciativas, esta quarta-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, alegou que as suas declarações eram uma expressão de apoio "à causa ucraniana".

Perante o parlamento, o ministro da Defesa, Ben Wallace, "desencorajou fortemente" os britânicos a viajarem para a Ucrânia e juntarem-se aos combates.

O governante lembrou que qualquer membro atual das Forças Armadas que o faça estará a "infringir a lei" e pode ser acusado de deserção.

Segundo o tabloide The Sun, um membro da Coldstream Guards, regimento responsável pela proteção da rainha [Isabel II] no Castelo de Windsor, está entre os militares suspeitos de terem partido rumo à Ucrânia.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

Leia Também: Líderes dos 27 discutem hoje guerra na Ucrânia e consequências

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