Ben Grant, de 30 anos, é o filho mais velho da deputada conservadora Helen Grant, que integra uma comissão para a educação de meninas e ex-secretária de Estado, noticia a agência France Presse (AFP).
"Não fui enviado. Esta situação não tem nada a ver com o governo ou com a minha mãe", assegurou ao jornal britânico The Guardian, que o entrevistou, no fim de semana, na estação de comboios de Lviv, à espera de um comboio para a capital Kiev.
O britânico, que pertenceu durante mais de cinco anos aos comandos dos Royal Marines, explicou que nem contou à mãe a sua decisão.
Grant, pai de três filhos, faz parte de um grupo de sete ex-militares e explicou que tomou a decisão depois de ver imagens de um bombardeamento russo a uma casa, onde ecoavam gritos de crianças.
Segundo Ben Grant, haverá mais cem combatentes para se juntarem às forças ucranianas.
Se inicialmente o governo britânico pareceu incentivar este tipo de iniciativas, esta quarta-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, alegou que as suas declarações eram uma expressão de apoio "à causa ucraniana".
Perante o parlamento, o ministro da Defesa, Ben Wallace, "desencorajou fortemente" os britânicos a viajarem para a Ucrânia e juntarem-se aos combates.
O governante lembrou que qualquer membro atual das Forças Armadas que o faça estará a "infringir a lei" e pode ser acusado de deserção.
Segundo o tabloide The Sun, um membro da Coldstream Guards, regimento responsável pela proteção da rainha [Isabel II] no Castelo de Windsor, está entre os militares suspeitos de terem partido rumo à Ucrânia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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