"A guerra mundial já começou no [plano] económico e o nosso alerta é que não escale mais e chegue a uma guerra militar ou, o que é pior para a humanidade e a sobrevivência da nossa espécie neste planeta, a uma guerra nuclear", alertou Nicolás Maduro, durante um encontro com trabalhadores, no estado de Miranda (leste de Caracas), transmitido pela televisão estatal venezuelana.
O chefe de Estado venezuelano explicou que o Governo fez uma avaliação da situação atual mundial, determinando que "existem componentes muito perigosos".
"Há uma guerra em curso, na fronteira sul da Rússia, por culpa dos que não cumpriram os acordos, da Europa, do Ocidente e da NATO, com a Rússia, dos que tentaram cercar a Rússia e apontar-lhes armas nucleares, dos que anunciaram que a Ucrânia iria ter armas nucleares, apontando à Rússia", disse Maduro, sublinhando serem estes "os culpados do conflito armado".
O perigo é que "o conflito se expanda à Europa" e se torne numa "guerra nuclear mundial", alertou.
O Presidente da Venezuela insistiu que "a guerra mundial já começou e é económica, na primeira fase, com sanções, bloqueios, incerteza no fornecimento de petróleo, gasolina, ferro, aço, trigo, fertilizantes, milho, arroz e de matérias-primas em geral".
Também "incerteza nos preços, no fornecimento de alimentos, matérias-primas, produtos energéticos, na utilização da moeda, do sistema financeiro, para torcer os braços a países, a regiões".
Sem precisar, Maduro pediu "o apoio de todo o povo da Venezuela para os passos que estão a ser dados para a paz" no país, na América Latina, nas Caraíbas e no mundo.
"A Venezuela, de uma forma modesta, desempenha um papel na geopolítica mundial (...) com a nossa palavra que tem um peso e valor no mundo, com a nossa posição política e diplomática, e com muitas outras coisas", afirmou.
Durante a transmissão televisiva, Nicolás Maduro instou os venezuelanos "a trabalhar, planificar e a atuar na economia".
"A produzir com as nossas mãos, a planificar com uma mente absolutamente independente, para não depender de ninguém, nem de nada", frisou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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