Colonatos de Israel na Cisjordânia continuam a aumentar
O crescimento da população de colonos de Israel na Cisjordânia acelerou no ano passado, apesar da pressão dos EUA para conter a construção em territórios ocupados, de acordo com números divulgados hoje por um grupo pró-israelita.
© Reuters
Mundo Palestina
Os números mostram que a vaga de novos colonatos iniciada quando o ex-Presidente norte-americano Donald Trump estava na Casa Branca não mostra sinais de desaceleração, apesar de a nova política dos Estados Unidos defender a contenção de construção em territórios ocupados na Palestina.
Depois de Trump ter fornecido apoio às reivindicações de Israel de ocupação de terra na Cisjordânia, o novo Governo dos EUA de Joe Biden voltou à postura de crítica à expansão dos colonatos, considerando-os um obstáculo para a resolução do conflito israelo-palestiniano.
Contudo, Israel continuou a construir e expandir colonatos, e os novos projetos rodoviários na região devem trazer ainda mais colonos para o território.
As estatísticas, compiladas pelo WestBankJewishPopulationStats.com e baseadas em números oficiais, mostram que a população de colonos cresceu para 490.493, em 30 de janeiro, um aumento de quase 3,2% em 13 meses.
A taxa de crescimento anual geral de Israel, em comparação, é de cerca de 1,7%.
Em 2020, último ano do Governo Trump, a população de colonos na Cisjordânia tinha crescido 2,6%, segundo aquela organização pró-israelita.
"Há uma enorme quantidade de construção em curso", disse o líder da organização que compilou os dados, Baruch Gordon, que deu como exemplo o que se passou na sua comunidade de Beit El, nos arredores da cidade de Ramallah, na Cisjordânia, onde a Autoridade Palestina tem a sua sede.
"Neste momento, há 350 unidades em construção, que provavelmente ficarão concluídas dentro de um ano. Quando isso acontecer, aumentará o tamanho da nossa cidade em cerca de 25%", explicou Gordon.
A população de colonos tende a ser mais jovem e mais religiosa, com maior taxa média de natalidade.
Além disso, muitos israelitas são atraídos pelos colonatos subsidiados pelo Estado, pela qualidade de vida que oferecem, assemelhando-se a subúrbios ou pequenas cidades.
Os números da organização não incluem Jerusalém Oriental, que Israel anexou num gesto que não foi reconhecido internacionalmente e que agora abriga mais de 200.000 colonos judeus.
A Cisjordânia e Jerusalém Oriental abrigam, juntos, cerca de três milhões de palestinianos.
Israel capturou ambos os territórios, juntamente com Gaza, num conflito em 1967 e, desde então, os palestinianos olham para o crescimento dos colonatos como o principal obstáculo para a paz.
A comunidade internacional ainda considera a solução do reconhecimento de dois Estados como a única forma realista de resolver este conflito, mas não tem fornecido incentivos para Israel encerrar a ocupação, que já vai na sua sexta década.
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