O ministro da defesa da Rússia anunciou, esta quinta-feira, que vão existir corredores humanitários todos os dias às 10h de Moscovo (9h em Kyiv), de acordo com a agência estatal Interfax. As autoridades da Ucrânia abriram mais sete corredores humanitários para retirar os civis de algumas das cidades mais importantes do país, atacadas pelas forças russas.
De acordo com agências estatais russas citadas pela Rússia, as rotas vão permitir que os refugiados ucranianos cheguem a território russo. Já Kyiv pede passagens que permitam a retirada de civis dentro da Ucrânia, algo que o ministro da Defesa russo terá dito, segundo a mesma fonte, que ainda será negociado.
As travessias que passaram a ser seguras estão localizadas em Mariupol, uma das cidades do sudeste da Ucrânia que mais tem sofrido com o cerco russo, além de Volnovaja, Izium, Sumi, Trostianets e Krasmopil.
As autoridades também se estão a esforçar para garantir rotas seguras para a saída da população das cidades em redor da capital: Bucha, Borodianka, Irpin e Gostomel, indicou a vice-primeira-ministra e ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, citada pela agência nacional ucraniana Ukrinform.
Vereshchuk adiantou que a evacuação das cidades de Trostianets, Krasnopillia e Sumi será realizada na direção de Poltava, através de autocarros e de automóveis.
Além disso, a retirada de pessoas de Mariupol na direção de Zaporizhzhia, enquanto as de Volnovakha serão direcionadas para Pokrovsk e as de Izium para Lozova.
Além disso, a retirada de pessoas de Mariupol na direção de Zaporizhzhia, enquanto as de Volnovakha serão direcionadas para Pokrovsk e as de Izium para Lozova.
A Rússia já tinha proposto à Ucrânia algo semelhante, em que as rotas terminariam na Bielorrússia, onde o primeiro-ministro é um aliado de Putin, ou na Rússia. O governo ucraniano rejeitou esta proposta, tendo considerado que era "imoral".
Segundo o ministro da Defesa anunciou hoje, cerca de 400 mil pessoas já conseguiram escapar a zonas de conflito com a existência de cessar-fogo em várias cidades.
Apesar de serem várias as cidades sob ataque das tropas russas, existe uma preocupação especial com Mariupol, cidade próxima da fronteira russa que esta quarta-feira sofreu um ataque a uma maternidade. Para além deste ataque, há escassez de alimentos e relatos de falta de abastecimento de água.
Segundo o New York Times, há pessoas que têm usado a neve da cidade para, derretida, conseguirem cozinhar, e há também relatos de cadáveres nas ruas. Nesta cidade, as pessoas terão sido, segundo a publicação, aconselhadas a enterrar os corpos ou, caso não tenham possibilidade de o fazer, deixá-los nas ruas com as mãos e pernas atadas e cobertas por algum pano.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 15.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.
Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje a morte de pelo menos 549 civis e 957 feridos.
[Notícia atualizada às 22h26]
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