Erdogan transmitiu a Biden, durante uma conversa telefónica de 45 minutos, que é importante para Ancara poder conversar com os dois lados e ser um "facilitador" para encontrar uma saída para a guerra, divulgou a presidência turca.
Por seu lado, o Presidente dos Estados Unidos manifestou o seu "reconhecimento" à Turquia, pelos "esforços para apoiar uma resolução diplomática do conflito", referiu a Casa Branca.
"Discutimos a importância dos esforços internacionais contínuos para responsabilizar Moscovo pela sua agressão e apoiar o povo ucraniano enquanto enfrenta esta crise", acrescentou Joe Biden, na rede social Twitter.
No comunicado, a presidência turca divulgou ainda que Erdogan aproveitou o primeiro contacto com Biden, desde o início do conflito na Ucrânia, para exigir o levantamento das "sanções injustas" que penalizam a Defesa da Turquia, membro da NATO.
Ancara tem interesse, em particular, de adquirir 40 caças F-16, bem como peças de reposição necessárias para a manutenção e modernização dos F-16 que já possui.
A Turquia tinha encomendado e pagado 1,4 mil milhões de dólares (cerca de 1,2 milhões de euros) por caças F-35 que nunca foram entregues.
O contrato foi congelado pelos Estados Unidos em 2019, após a compra pela Turquia do sistema antimísseis russo S-400, encarado como uma ameaça aos F-35.
Washington excluiu então a Turquia daquele programa militar avançado.
Segundo a imprensa turca, Erdogan pretende encomendar 40 caças F16 e cerca de 80 pacotes de modernização para os modelos antigos, sendo que o Exército turco possui mais de 200 exemplares.
Os dois chefes de estado discutiram também as possibilidade de "fortalecer os laços bilaterais" entre a Turquia e os Estados Unidos, revelou a Casa Branca.
A Turquia foi hoje palco das primeiras conversas diretas entre as diplomacias russas e ucranianas.
No entanto, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kouleba, não chegaram ao entendimento para um cessar-fogo, mas prometeram continuar o diálogo após o encontro em Antália, no sul da Turquia.
Apesar de ser aliada da Ucrânia, fornecendo mesmo 'drones' de combate, a Turquia teve o cuidado de manter as suas relações com a Rússia, com quem tem dependência em setores como o turismo, abastecimento de trigo ou energia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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