Este pedido russo, divulgado através da rede social Twitter durante a tarde de quinta-feira pelo vice-embaixador da ONU, Dmitry Polyansky, surge no seguimento do repúdio e rejeição por parte da administração norte-americana, liderada por Joe Biden, das acusações de Moscovo.
O Kremlin acusou os Estados Unidos de financiarem um programa de armas biológicas na Ucrânia, afirmando ter encontrado provas nesse sentido em laboratórios ucranianos, noticia a agência Associated Press (AP).
Entretanto, a ONU já veio assegurar que não tem quaisquer provas da existência de tais programas ilegais, e Washington acusou Moscovo de "espalhar intencionalmente" teorias da conspiração e mentiras.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, referiu, em comunicado, que esta "desinformação russa é um absurdo total e não é a primeira vez que a Rússia inventa tais falsas alegações contra outro país".
Em causa está a tentativa da Rússia de justificar as "suas próprias ações horríveis na Ucrânia" através da invenção de falsos pretextos, segundo Price.
Washington salientou ainda que é a Rússia que tem programas ativos de armas químicas e biológicas e viola a Convenção sobre Armas Químicas e Armas Biológicas.
Os Estados Unidos acreditam ainda que esses tipos de alegações por parte da Rússia se prolonguem no tempo, considerando tratar-se de uma "manobra óbvia da Rússia para tentar justificar mais ataques premeditados, não provocados e injustificados" à Ucrânia.
Nesse sentido, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, alertou que a Rússia pode estar a preparar-se para "usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia", depois das acusações de Moscovo.
A porta-voz classificou as alegações russas como "absurdas" e observou que funcionários do Governo chinês também ecoaram as "teorias da conspiração" da Rússia.
"Agora que a Rússia fez essas falsas alegações, e a China aparentemente defendeu essa propaganda, todos nós devemos estar atentos a que Rússia possivelmente use armas químicas ou biológicas na Ucrânia ou crie uma operação de bandeira falsa para utilizá-las. É um padrão claro", sustentou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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