Pelo menos 16 mil voluntários, oriundos do Médio Oriente, vão juntar-se às tropas russas que se encontram na região separatista do Donbass, no leste da Ucrânia. A informação surge após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar esta sexta-feira ao exército para que seja facilitado o envio de “voluntários” para a Ucrânia.
Numa reunião do Conselho de Segurança da Rússia, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, revelou que existiam cerca de 16 mil voluntários prontos para apoiar a Rússia. “Se vocês virem que as pessoas querem ir voluntariamente, que não seja por dinheiro, e queiram ajudar aqueles que vivem em Donbass (leste da Ucrânia) devem saber quem são e ajudá-los a juntarem-se na zona de combate”, respondeu Putin, citado pela agência de notícias Reuters.
Na mesma reunião, o ministro da Defesa pediu que os mísseis capturados na Ucrânia pelas tropas russas fossem entregues às forças do Donbass.
“Quanto à entrega de armas, especialmente as de fabrico ocidental que caíram nas mãos do exército russo, é claro que apoio a possibilidade de as entregar às unidades militares das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk”, acedeu. “Por favor, façam isso.”
A Rússia tem fornecido apoio militar considerável ao regime sírio desde o outono de 2015, apoiando as suas forças tanto contra as da oposição quanto contra as dos 'jihadistas', o que permitiu manter o poder de Bashar al-Assad, que agora controla a maior parte da Síria.
Para o Kremlin, o envio de combatentes estrangeiros para a Ucrânia justifica-se porque, de acordo com o porta-voz, o Ocidente também facilita a ida de "mercenários" para a Ucrânia para apoiar as forças locais desde que a Rússia lançou uma vasta ofensiva militar, em 24 de fevereiro.
"Se o mundo ocidental está tão entusiasmado com a chegada de vários e variados mercenários, então, do nosso lado, também temos voluntários que querem participar", avisou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, explicitando que não se trata de enviar combatentes voluntários russos.
Nas últimas semanas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 500 pessoas morreram e 900 ficaram feridas. Contudo, as autoridades ucranianas afirmam que mais de dois mil civis foram vítimas da ofensiva russa. Mais de 2,5 milhões de pessoas já abandonaram a Ucrânia, metade das quais são crianças.
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