A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu esta sexta-feira que a União Europeia (UE) deve deixar a sua “dependência” em relação ao gás russo devido à invasão da Ucrânia, que considera ser um ataque contra a democracia e os Estados soberanos.
“A maneira como respondemos hoje a este odioso ataque da Rússia contra a Ucrânia determinará o futuro da Ucrânia e também o futuro da nossa união e, além disso, até o futuro de todo o continente europeu”, afirmou numa conferência de imprensa tripartida, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, em Versalhes. “É preciso enfrentar as nossas responsabilidades perante uma nova realidade", disse.
Von der Leyn considera que o dever da UE é “continuar a garantir o fornecimento confiável, seguro e acessível de energia aos consumidores europeus a médio prazo”, algo que “significa deixar a dependência do gás russo e diversificar a oferta, investindo massivamente em energias renováveis.”
A presidente da Comissão Europeia acusou ainda o presidente russo, Vladimir Putin, de uma “agressão contra os princípios europeus, contra a democracia, contra a soberania dos Estados e contra as liberdades das populações” ao invadir a Ucrânia, que “é um membro da família europeia”.
A guerra entre a Ucrânia e a Rússia “alterou o ambiente de segurança da Europa” e a responsável frisa que, “para defender a Europa”, são “precisas forças e capacidades diferentes”.
“Agradeço os investimentos adicionais significativos em defesa da Europa que serão necessários, e agradeço o facto de alguns líderes terem anunciado medidas ambiciosas para aumentar as despesas na defesa”, frisou.
Nas últimas semanas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 500 pessoas morreram e 900 ficaram feridas. Contudo, as autoridades ucranianas afirmam que mais de dois mil civis foram vítimas da ofensiva russa. Mais de 2,5 milhões de pessoas já abandonaram a Ucrânia, metade das quais são crianças.
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