Influencer ucraniana grávida e ferida em Mariupol deu à luz uma menina

A bloguista ucraniana Mariana Vishegirskaya, que ficou famosa ao ser fotografada a sair do hospital bombardeado na cidade de Mariupol em estado avançado de gravidez, deu à luz uma menina na noite de quinta-feira, foi hoje anunciado.

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© @StratcomCentre/Twitter

Lusa
11/03/2022 23:59 ‧ 11/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

A bebé foi batizada com nome de Veronika e está bem de saúde, disse o embaixador da Ucrânia Sergiy Kyslytsya, ao Conselho de Segurança da ONU.

Embora a sessão do Conselho de Segurança tenha sido dedicada à alegada produção de armas biológicas na Ucrânia, o assunto da bloguista foi abordado em primeiro lugar pelo embaixador russo Vasili Nebenya.

Vasili Nebenya disse que "foi mostrada uma imagem falsa de uma bloguista ucraniana" e aludiu a "duas imagens diferentes" daquela pessoa como parte da "campanha suja" da Ucrânia.

Nos últimos dias, a Rússia tentou negar que Mariana Vishegirskaya, uma jovem relativamente conhecida no seu país, estivesse no hospital, apresentando-a como mais uma prova da guerra de informação.

O embaixador russo recebeu resposta imediata do homólogo ucraniana, que mostrou as primeiras fotografias da bebé recém-nascida no seu 'tablet'.

"[A Mariana] teve uma menina muito saudável ontem [quinta-feira] à noite, o nome dela é Veronika, aqui está ela com o pai", disse Sergiy Kyslytsya.

O diplomata referiu que "não importa quantas mentiras a Rússia possa contar" sobre a bloguista e sobre o incidente.

"Não nos importamos com o que a Rússia diz, é inútil", acrescentou.

Cercado e constantemente bombardeado pelos russos, Mariupol é um ponto estratégico no sul da Ucrânia e está numa situação "desesperada", segundo um alto funcionário da organização não governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras (MSF), que pede ação para evitar "uma tragédia inimaginável".

"É realmente quase desesperante", admitiu Stephen Cornish, chefe da MSF da Suíça e um dos coordenadores da ação da ONG na Ucrânia desde o início da invasão russa.

Em entrevista à agência de notícias AFP, Stephen Cornish disse que "centenas de milhares pessoas [...] estão literalmente cercadas".

"Os cercos são uma prática medieval que foi proibida pelas leis modernas de guerra e por boas razões", insistiu, por causa do sofrimento infligido aos civis, que não estão em segurança.

Em Mariupol não formas de aquecimento, não há água e também há escassez de alimentos. Os bombardeios são contínuos.

As autoridades militares locais estimam que 1.207 pessoas morreram na cidade, mas, como a maioria dos relatórios, é apenas parcial, com muitos corpos provavelmente sob os escombros.

Leia Também: Rússia acusa Ucrânia de usar influencer para encenar ataque a maternidade

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