"Deploramos o ataque ao Centro de Yavoriv, que matou 35 pessoas e feriu 134; o ataque ao Centro, no qual a União Europeia, a Polónia, Lituânia, Reino Unido, Canadá e outros treinavam as forças ucranianas não derrotará os heroicos soldados que foram ali treinados", lê-se numa mensagem colocada no Twitter, citada pela agência espanhola de notícias, a Efe.
Horas antes, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos já tinha indicado que o ataque pressupõe uma expansão dos objetivos militares russos na guerra contra a Ucrânia.
"Claramente, de uma perspetiva de análise dos ataques aéreos, os russos estão a expandir os seus objetivos militares", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, numa entrevista ao canal de televisão ABC.
Kirby recordou que o ataque da passada madrugada é o terceiro nos últimos dias por parte da Rússia contra instalações militares no oeste da Ucrânia, o que leva os serviços de inteligência norte-americanos a enquadrá-los numa nova fase da estratégia russa.
De acordo com informações preliminares, as forças russas dispararam oito mísseis, disse a administração regional de Lviv, num comunicado inicial.
Esta base militar está localizada em Yavoriv, a cerca de 40 quilómetros a noroeste de Lviv e a cerca de 20 quilómetros da fronteira com a Polónia, país membro da NATO. Nos últimos anos, serviu como campo de treino para as forças ucranianas sob a supervisão de instrutores estrangeiros, principalmente americanos e canadianos.
A base de Yavoriv também foi um dos principais centros usados para exercícios militares conjuntos entre as forças ucranianas e da NATO. As tropas estrangeiras deixaram a Ucrânia pouco antes do início da invasão russa.
É também a esta base que chega parte da ajuda militar entregue à Ucrânia pelos países ocidentais.
O ataque relatado hoje ocorre depois de a Rússia ter ameaçado no sábado atingir armas que os países ocidentais estão a enviar para a Ucrânia, incluindo sistemas de defesa aérea portáteis e sistemas de mísseis antitanque.
O Exército russo, que iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, concentrou os seus objetivos no leste e sul do país, bem como ao redor da cidade de Kiev.
Há vários dias, os ataques também atingem áreas do oeste do país, próximos às fronteiras com a Polónia e a Moldova, os pontos mais utilizados pelos ucranianos que se querem refugiar na União Europeia.
A ofensiva militar russa na Ucrânia já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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