Marina Ovsyannikova, a jornalista que invadiu emissão de TV russa na segunda-feira, dia 14 de março, está desaparecida há, pelo menos, 12 horas, segundo avançaram o The Telegraph, Fox 3 Now e The Sun.
A organização não governamental (ONG) russa OVD-Info também afirma que os advogados da associação de direitos humanos - que estão a ajudar Marina - não conseguiram localizá-la desde que foi detida, conforme pode ver mais abaixo.
Где она находится — до сих пор неизвестно https://t.co/qtSxd0HJBa
— ОВД-Инфо (@OvdInfo) March 15, 2022
De acordo com a Fox 3 Now, Ovsyannikova, de 43 anos, foi detida, mas os advogados disseram que não sabem onde está sob custódia nem conseguiram contactá-la.
Antes da invasão à emissão russa, a jornalista gravou um vídeo no qual disse que o que estava a acontecer na Ucrânia era "crime" e disse ter vergonha de trabalhar para um canal - Channel One - que chamou de propaganda do Kremlin.
"Estou envergonhada por ter me permitido contar mentiras na tela da televisão. Envergonhada por ter permitido que russos fossem transformados em zombies", detalhou nesse vídeo.
Marina Ovsyannikova, the woman who ran onto a live state TV news broadcast, even recorded a message beforehand. In it, she says her father is Ukrainian. She calls for anti-war protests, says she’s ashamed about working for Kremlin propaganda, and she denounces the war absolutely. pic.twitter.com/nOpUY9bH74
— Kevin Rothrock (@KevinRothrock) March 14, 2022
Marina acrescenta ainda que os russos ficaram "em silêncio em 2014, quando tudo isto estava apenas no começo (anexação da Crimeia)". "Não fomos a comícios quando o Kremlin envenenou Navalny. Apenas assistimos silenciosamente a este regime desumano. Agora o mundo inteiro afastou-se de nós, e mesmo 10 gerações de nossos descendentes não serão suficientes para lavar a vergonha desta guerra fratricida", acrescenta.
Marina pode ser acusada do crime desacreditar as forças armadas russas cuja condenação pode chegar aos 15 anos, indicou a Agência de Notícias Russa TASS, citando uma fonte de aplicação da lei
O Channel One, onde Marina era editora, é transmitido em toda a Rússia e segue a tese do Kremlin de que Moscovo foi forçado a agir na Ucrânia para desmilitarizar e "desnazificar" o país numa "operação militar especial".
[Notícia atualizada às 10h53]
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