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Jornalista que invadiu emissão de TV russa desaparecida após detenção

Filha de pai ucraniano e mãe russa, Marina Ovsyannikova está desaparecida desde segunda-feira à noite, após ter-se manifestado em direto contra a propaganda do Kremlin.

Jornalista que invadiu emissão de TV russa desaparecida após detenção
Notícias ao Minuto

10:41 - 15/03/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Guerra na Ucrânia

Marina Ovsyannikova, a jornalista que invadiu emissão de TV russa na segunda-feira, dia 14 de março, está desaparecida há, pelo menos, 12 horas, segundo avançaram o The Telegraph, Fox 3 Now e The Sun. 

A organização não governamental (ONG) russa OVD-Info também afirma que os advogados da associação de direitos humanos - que estão a ajudar Marina - não conseguiram localizá-la desde que foi detida, conforme pode ver mais abaixo.

De acordo com a Fox 3 Now, Ovsyannikova, de 43 anos, foi detida, mas os advogados disseram que não sabem onde está sob custódia nem conseguiram contactá-la.

Antes da invasão à emissão russa, a jornalista gravou um vídeo no qual disse que o que estava a acontecer na Ucrânia era "crime" e disse ter vergonha de trabalhar para um canal - Channel One - que chamou de propaganda do Kremlin.

"Estou envergonhada por ter me permitido contar mentiras na tela da televisão. Envergonhada por ter permitido que russos fossem transformados em zombies", detalhou nesse vídeo. 

Marina acrescenta ainda que os russos ficaram "em silêncio em 2014, quando tudo isto estava apenas no começo (anexação da Crimeia)". "Não fomos a comícios quando o Kremlin envenenou Navalny. Apenas assistimos silenciosamente a este regime desumano. Agora o mundo inteiro afastou-se de nós, e mesmo 10 gerações de nossos descendentes não serão suficientes para lavar a vergonha desta guerra fratricida", acrescenta.

Marina pode ser acusada do crime desacreditar as forças armadas russas cuja condenação pode chegar aos 15 anos, indicou a Agência de Notícias Russa TASS, citando uma fonte de aplicação da lei

O Channel One, onde Marina era editora, é transmitido em toda a Rússia e segue a tese do Kremlin de que Moscovo foi forçado a agir na Ucrânia para desmilitarizar e "desnazificar" o país numa "operação militar especial".

[Notícia atualizada às 10h53]

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