"Outras 2.000 viaturas adicionais estão a aguardar à saída da cidade", acrescentou o conselho municipal de Mariupol, que não precisa quantas pessoas conseguiram fugir desta cidade portuária, onde as condições são catastróficas após vários dias de bombardeamentos e cerco.
Na segunda-feira, 160 veículos saíram de Mariupol, indicou a mesma fonte, num sinal de que, após diversos falhanços devido à ausência de um cessar-fogo, as evacuações se intensificaram na zona, enquanto centenas de milhares de habitantes permanecem na cidade confrontados com a escassez de alimentos e água.
O corredor humanitário utilizado pelas colunas de veículos liga Mariupol a Zaporojie, via Berdiansk, cerca de 270 quilómetros de estrada.
Situada a cerca de 55 quilómetros da fronteira russa e a 85 quilómetros do bastião separatista de Donetsk, Mariupol é a maior cidade ainda controlada por Kiev na bacia do Donbass, que inclui as regiões de Donetsk e Lugansk.
A tomada por Moscovo desta cidade de 450.000 habitantes, situada nas margens do mar Azov, constituiria uma importante viragem na invasão da Ucrânia, ao permitir a ligação entre as forças russas vindas da Crimeia, que já controlam os portos de Berdiansk e Kherson, às tropas separatistas e russas no Donbass.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: Turquia negoceia retirada de 100 civis turcos de Mariupol